quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Capítulo 115

Fiquei em alerta e ouvi alguém conversando mas não dava pra identificar quem tinha batido na porta. Pela brecha da mesma consegui ver Kauan na porta e sem esperar alguém o beijou, mas ao contrário do que eu pensei ele não relutou, só então percebi que era a Ashley. Mas... mas o que estava acontecendo? Abri a porta e voltei para o quarto.


- O que é isto? - indaguei os olhando perplexa, apanhei minha blusa que estava no chão e me vesti. - Porque vocês estavam se beijando? - gritei e Kauan me olhava assustado enquanto Ahsley me olhou debochada e fechou a porta atrás de si me encarando.
- Isto? É a verdade queridinha. 
- Ash não faz nada. - Kauan pediu.
- Quê, você ainda acha que depois do que ela viu vai querer ir pra cama com você? Acabou, melhor abrir o jogo logo. - riu e meus olhos arderam, não estava entendendo nada do que estava acontecendo.
- Fala, fala tudo. - falei entre dentes segurando a raiva.
- Sabe o que ele iria fazer com você esta noite? Ele fez comigo há mais de um ano, e desde então que a gente tem tipo uma química, não namoramos, não estamos juntos mas mesmo assim algo nos atrai e claro que ficámos imensas vezes. 
- Isso é verdade Kauan? Você estava com ela e comigo ao mesmo tempo?
- Ele nunca esteve com você, apenas se divertia. - Ashley debochou e Kauan olhava o chão sem pronunciar nenhuma palavra. 
- Eu não estou entendendo nada. - neguei limpando algumas lágrimas que caíam.
- Eu te explico. - se aproximou de mim - Você não passava de uma aposta.
- Aposta? Que aposta? Porquê eu?
- Porquê você? Nada de especial, tudo começou quando eu estava com o Kauan no colégio conversando, a gente estava combinando algumas aventuras aí e foi nesse momento que você passou toda alegrinha, eu propus uma aposta, quem conseguiria te enlouquecer primeiro e te fazer mudar. Já viu que história linda, a garota riquinha, adotada pelo maior cantor do Brasil que sofria bullying e ficou rebelde e revoltada.
- Isso foi tudo um jogo?  - indaguei sentindo cada palavra dela como facadas.
- Bem divertido, eu te irritei bastante né? Já o Kauan preferiu um jogo mais charmoso, digamos. Ele preferiu ser o seu héroi e ao mesmo tempo te influenciar a fazer coisas que você nunca faria.
- Kauan, isso é verdade? Você fez isso comigo? - ele não respondeu - Meu pai tinha razão, você só queria me levar para a cama.
- Isso veio depois. - ele finalmente se pronunciou - A Ashley viu que eu estava ganhando a aposta e acabou por desistir um pouco de te infernizar, então eu sabia que o cheque-mate seria te desvirginar.
- Você é nojento, vocês os dois são doentes. - gritei chorando de nervoso - Mas isso não vai ficar assim, eu vou acabar com vocês.
- Uuuuuh que medinho. Fique sabendo que o Kauan iria ganhar um bom dinheiro por isso, mas você apanhou a gente enquanto eu lhe desejava boa sorte. 
- Eu vou te matar. - fui pra cima dela mas Kauan se colocou no meio me segurando.
- Pára Cecília, me deixa conversar com você.
- Não temos nada para falar, eu fui a pessoa mais burra do mundo. Vocês conseguiram o que queriam, acabar com a minha vida. Meu pai está me odiando, eu magoei a pessoa que mais amo por causa de vocês. Eu estou apaixonada por você Kauan, você aproveitou-se da minha fraqueza e ingenuidade.
- Não é bem assim, eu me apeguei a você Cecília, me deixa explicar.
- Eu já sei de tudo, você não precisa se explicar. - segui para a porta mas ele veio atrás e me prendeu nela.
- Me desculpa Cecília, eu me arrependo, desculpa.
- Você se arrepende mas estava a um passo de me levar para a cama, você não vale nada, eu deveria ter escutado meu pai. - o empurrei e saí correndo. 






Saí daquela casa e comecei andando pela rua deserta e escura. Eu estava sem celular, sem dinheiro, sem nada. Como eu iria pra casa. Não podia pedir a alguém da festa porque mal me conheciam e sendo amigos do Kauan o mais certo é ficarem do lado dele. Me sentei na beira da calçada e abracei meus joelhos chorando. Eu fui completamente traída, enganada, fui um objeto de um jogo sem escrúpulos, eles me usaram para se divertirem. O que mais me doía era saber que Kauan fez isso comigo, e pior ainda saber que meu pai estava certo o tempo todo e eu não lhe dei ouvidos. Eu afastei todo o mundo de mim porque estava cega. Como pude ser tão burra? 




Eu estava perdida, sem saber o que fazer. Se eu achava que estava na pior, agora estava no inferno completamente. Mas foi bem-feito, eu teria de aprender de algum jeito, foi do mais cruel mas agora sei que não devo confiar tanto nas pessoas, nunca se sabe o que elas são atrás da máscara de bonzinhos. 


- Cecília. - ouvi me chamarem e nem me movi. - Por favor, me ouve.
- Vai embora Kauan, some da minha vida, eu te odeio tanto.
- Eu sei, eu não deveria ter feito aquilo com você. - me levantei e ele se aproximou parando na minha frente.
- Você não deveria, mas agora não há nada a fazer.
- Eu realmente tenho um lance com a Ashley mas eu gostei de te conhecer, você é uma garota legal.
- Cala a boca. - gritei.
- Me deixa te levar em casa.
- Não encosta em mim. 
- Olha aqui, eu quero me redimir do que te fiz, pára de bancar a revoltada. - elevou a voz.
- Eu tenho motivos para estar revoltada, por isso me deixa. Não se preocupa comigo, eu quero que você desapareça. 
- E você dizia gostar de mim. - debochou.
- Você é um idiota. - lhe dei um tapa na cara e ele deu dois passos á frente me fazendo recuar. - Vai me bater? Pois então, bate. Você só demonstra ser o cobarde que sempre foi.
- Eu não vou te bater, mas bem que você merecia.
- Some daqui, me deixa sozinha, eu não preciso de você. 
- Será que um dia você irá me suportar que nem está fazendo com a Carolina?
- Não, você morreu pra mim. Não há nada que você possa fazer para que eu confie e acredite em você de novo, mas em posso correr atrás da confiança do meu pai de novo, posso voltar a ser quem eu era, e vou fazer isso. Não quero mais saber de você, agora eu vou atrás de quem realmente quer o meu bem. 




Luan On:


Fui no mercado perto do condomínio e por motivos de obras está momentaneamente fechado. Procurei no GPS algum 24h perto e depois de encontrar um segui caminho. Não ficava assim tão perto, mas valia a pena, ou a Clarinha me matava. Entrei numa rua perto de um condomínio e reparei numa casa com pessoas entrando e saindo, luzes e música. Uma festinha ao meio da semana, que saudade de ser adolescente. Suspirei e mais á frente vi um casal, pareciam discutir. Á medida que me aproximei reparei que era o Kauan, eu tinha assuntos pendentes com ele e diminui a velocidade. Assim que a menina que ele discutia se moveu eu parei imediatamente. Era a minha Cecília, mas como assim ela estava ali e com aquele desgraçado.


- Cecília. - grunhi saindo do carro e ela me olhou aliviada, não entendi porquê mas as lágrimas em seu rosto eram sinais de que algo aconteceu. 
- Pai, obrigada por aparecer, obrigada pai. - pedia desesperada.
- O que aconteceu? - elevei um pouco mais a voz. - O que você fez com ela? - agarrei no colarinho da camisa de Kauan e ele se assustou. - O QUE VOCÊ FEZ COM A CECÍLIA CARALHO?
- Pergunte a ela, eu não tenho mais nada a ver com essa patricinha metida a besta.
- Eu te fiz uma pergunta e quero uma resposta.
- Me larga, eu sou menor e posso te acusar.
- Então me acusa, mas não por apenas te agarrar, me acusa com motivos. - lhe soquei a cara e o pontapeei, a raiva me consumia de novo, se tratando de Cecília eu não media os meus limites, eu só queria acabar com aquele muleque que tanto mal lhe fez e trouxe pra nossa família. 
- Pai...
- Vai para o carro Cecília. - falei bravo e ela saiu correndo. - O que você fez com ela?
- Ela vai te contar, mas sabe que não me arrependo de nada que fiz, apenas de ter vacilado hoje, senão a esta hora a sua filha estaria debaixo de mim gemendo meu nome. - foi o suficiente para o socar mais e mais.
- Você perdeu a noção, eu vou acabar com você. Seu sem educação, sem respeito. Tomara que quando você tiver uma filha um filho da puta não faça com ela o que você fez com a minha filha. Tomara que a vida te ensine da forma mais ruim. - o empurrei e ele caiu no chão.
- Kauan? - ouvi uma voz feminino e  vi ser Ashley.
- E você minha menina, fica longe da minha filha, eu já fiz queixa de você, espero que você sofra com tudo isso e que seus pais te castiguem feio. Você deveria ter vergonha na cara.


Entrei no carro e Cecília tremia, chorava e soluçava. A olhei e se eu começasse uma conversa agora iria lhe bater de novo e, embora não me arrependa dos tapas que lhe dei ontem, eu não queria repetir. Por momentos me esqueci que teria de passar no mercado mas o GPS fez questão de me lembrar. Me senti um pouco mais calmo e relaxado.


- Eu não te mandei ficar longe dele? Você estava de castigo sem poder sair de casa, o que estava fazendo naquela festa?
- Eu estava com raiva de tudo que aconteceu e se já estava tudo ferrado eu iria sair e me divertir pelo menos uma última vez.
- Se divertir? Se entregar com 14 anos para alguém é se divertir? Você não tem noção do que diz Cecília, mais tarde você iria se arrepender.
- Eu sei, mas eu descobri tudo a tempo e evitei isso.
- Descobriu o quê?
- A Ashley e o Kauan apostaram quem seria o primeiro que iria me enlouquecer e me levar por caminhos errados.
- Ainda bem que você descobriu isso. Ainda bem que você viu o quanto é horrível se desiludir com as pessoas. 
- Eu sei papai, eu agora sei. 
- Se eu não aparecesse ali o que você iria fazer?
- Não sei, iria andando até chegar em casa, sei lá.
- A esta hora da noite? Meu Deus, ainda bem que eu passei ali sem querer. Agora pára de chorar, eu posso estar zangado e magoado com você mas ainda sou seu pai e vou te ajudar a ultrapassar tudo isso.
- Eu sempre soube que você era meu herói. - falou num sussurro e encostou a cabeça na janela fechando os olhos - Eu vou recuperar a sua confiança, eu prometo que você terá a sua filha de volta.
- Eu sei que terei, nem que fosse a última coisa que eu teria de fazer na vida. - ela sorriu fraco.


Cheguei no mercado e lhe perguntei se ela queria alguma coisa. Negou com a cabeça mas eu sabia que um chocolate ou sorvete a fariam se sentir um pouco melhor. Comprei as coisas da Clara e voltei para o carro. 


- Tem aí chocolate e sorvete pra você.
- Obrigada, você me conhece tão bem. - me olhou chorosa - Eu sinto muito por ter te desiludido tanto assim papai.
- Não fala disso agora, não estou com cabeça. Só espero de coração que você tire lições de tudo que aconteceu.


Chegámos em casa e fui na cozinha preparar as coisas para a minha gravidinha. Cecília me acompanhou e pegou numa colher saindo logo em seguida com o sorvete e o chocolate em mãos. Subi com as coisas e Clarinha estava no celular.


- Cheguei, espero que ainda esteja com uma vontade monstra de comer isto aqui. - coloquei o tabuleiro em seu colo e ela riu.
- Estou e você se quiser me acompanhar está á vontade.
- Vou passar.
- Você demorou. - fez biquinho provando a pizza.
- Tive de ir em outro mercado, o daqui perto está em obras. E também, pelo caminho aconteceu algo. - a olhei e ela semicerrou o olhar.
- Você está me assustando. - Lhe contei tudo e ela estava indignada em como haviam pessoas tão más assim. - Você acha que ela vai ficar bem?
- Acho, ela já confessou que errou, agora só tem de ir com calma.



(...)



Cecília viajou comigo para Salvador, onde eu teria imensos shows por conta do Carnaval. Ela ainda tentou me convencer a ficar em Sampa, mas ela não estava em condições de negociar e veio comigo de qualquer forma. Estava no camarim com ela quando Rober chegou.


- Boi cê precisa de algo?
- Tô bem Rober.
- E você Ceci?
- Não quero nada. - falou torto.
- Eita,  dormiu mal? - Rober zoou.
- Não enche o saco Testa.
- Cecília. - falei firme e ela me olhou revirando os olhos - Estou esperando.
- Desculpa tio Rober, eu apenas estou chateada.
- Dá pra entender, quer vir comigo comer alguma coisa no bar?
- Mas aqui não tem comida? - indagou olhando a mesa.
- Eu quando disse comida era coisas gostosas não esses troços sem óleo e sal que e o seu pai come.
- Oxi, saiba que são esses troços sem gosto que me fazem ser o gostosão que sou.
- Não ouve o seu pai Cecília, vem comigo.
- Mas ele falou a verdade tio Rober. - sorri convencido e Rober virou costas sendo seguido de Ceci que ria.


Parecia que ele conseguiu fazê-la rir, isso era bom. Subi para o palco e vi Rober e Ceci ali do lado comendo alguma coisa, esfomeados, pensei. No hotel depois de um banho fiquei deitado na cama conversando no whats com Clara que contou que abriu o jogo com a nossa família mais próxima. Óbvia que mamusca prometeu me dar na cabeça por ter ido em Sampa e não visitado ela nem ter contado nada. Cecília saiu do banheiro, ela estava comigo no quarto. 


- Papai posso pedir algo pra comer?
- Cecília você comeu lá no show, ainda voltou no bar pra comprar churros com o Rober.
- Mas eu não estou com muito sono e me deu fome.
- Pode, mas pede coisas saudáveis, senão sua mãe me mata.


Sabia que não era fome coisa nenhuma, Ela estava com vontade de fumar e como não podia dava-lhe para comer. Sempre ouvi dizer que quem pára de fumar sente necessidade de comer para colmatar essa falha. Nos dias seguintes ela continuava comendo demais e sempre que eu ia na academia ela ia junto aproveitar para dançar até cair de tão cansada. 


- Oi amor.
- Oi Clarinha, você está bem?
- Estou, e vocês? Está correndo tudo bem?
- Eu não sei. - suspirei - Ela está comendo e treinando demais, e você sabe o que isso significa né?
- O que a gente menos queria. Ela tem ficado em locais com fumadores?
- Só nos shows, mas ela fica sempre comigo ou com o Rober. Mas ela está sentindo bastante falta Clara, até dormindo ela se mexe demais, e só adormece tarde como eu.
- Eu acho que sei como a gente pode ajudar.
- O que você está pensando? Porque a única ideia que me passa pela cabeça é a reabilitação.
- Talvez a gente consiga fazer isso nós mesmos. O Logan deixou de fumar definitivamente quando a Chloé nasceu, e ele também fumava bastante e não só cigarro, ele também fumava bastantes baseados. E olha só, ele conseguiu. Eu vou ligar para ele, com certeza ele vai nos dar dicas.
- Tudo bem, vamos nessa amor. 



Ai senhooooor! Cecília descobriu que foi um brinquedo nas mãos daqueles dois doentinhos. Graças a Deus Luan apareceu e tudo pareceu ficar bem. Mas esses sintomas da Cecília estão preocupando os pais. Será que o Logan vai ser a chave para eles ajudarem Cecília a se libertar do vício? Comentem bastante pleaseeeeeee ! Beijos <3

10 comentários:

  1. eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeta amiga sua loka, muthos acontecimentos não é mesmo parsa? Vamos lá... Cecilia já ia dar a piriquita, menina cheia de fogo kkk to brincando, nossa, que idiota, APOSTA? APOSTA? Really? Bocós, ainda bem que essa Ash é burra e foi dar boa noite kkkk E eu aqui achando que esse Kauan poderia ser bom no final, oxente, só se mostrou um babacudo, amei que o Luan deu uma surra nele, deveria ter batido mais e mais, espero que esses dois se ferrem.
    Quero que a Ceci ganhe a confiança do Luh de novo, eles são um '' casal filhos '', tem que ser lindos e fofos, tenho certeza que vão conseguir.
    Eta, lá vem o pica de mel, Logan ratinho vai ajudar a Ceci, ooonwt, chama o Hardin pra uma despedida de solteira da Bia aê miga, brincando kkkkk ou falando sério né, nao sei...
    Quero ver como ele vai ajudar ela, será que ela vai passar um tempo com ele? QUE MAXIMO, só nao se apaixona no meu boy tá Ceci? chora no meu boy que ele é meu

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  2. Kauan e Ashley são dois idiotas, humanos nojentos.
    Tomara que Logan possa ajuda Cecilia.
    Conttinua bjooooos

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  3. A Cecília mereceu esse choque de realidade. Quem sabe assim ela ouve mais os conselhos dos pais!
    Luan é mesmo o heroi dela.
    Se a Cecilia ficar comendo por abstinência, vai acabar ficando enorme.
    Mas o Logan vai dar uma ajudinha.

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  4. Quero ver o que eles vão fazer pra tirar a Cecília do vício e enfrentar a abstinência.

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  5. ACHO QUE SE LUAN NÃO TIVESSE APARECIDO O KAUAN TINHA BATIDO NA CECÍLIA. AINDA BEM QUE ELE APARECEU.

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  6. Continuaaaa ; ainda bem que o luan passou por ali naquele momento e agora eles tem que ajudar a Cecília a superar esse vicio

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