quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Capítulo 110

Estava sendo muito incrível festejar o meu aniversário na piscina, Henrique merecia palmas por essa ideia maravilhosa. Fui pegar um pouco de carne perto do meu avô e levei para junto de Kauan. 


- Filha não me vai apresentar o seu amiguinho?
- Claro mamãe, é o Kauan, é a minha mãe, Maria Clara.
- É um prazer conhecer a senhora.
- Que é isso, prazer é meu, se divirtam. 
- Legal a sua mãe, está grávida né?
- É, de gémeos.
- Nossa, seus pais gostam de fazer filho. - sorri sem graça.
- É, eles gostam de ter filhos sim. - "Infelizmente não me tiveram a mim", pensei. 


Recebi imensos presentes mas como disse nem ligava para isso, o que eu queria era me divertir e por incrível que pareça estava conseguindo. Decidi mergulhar e Kauan me acompanhou. Ele era divertido e tinha um papo legal. Papai estava sempre de olho mas pedi para Kauan não dar nas vistas, não queria brigas com meu pai. 


- Filha vem cá. - ele me chamou. - Não sabia que você ia convidar aquele cara.
- Ele é meu amigo papai.
- Só isso? Não quero você de papinho com ele, se eu sei que vocês andam ou algo do tipo eu juro que te afasto dele.
- Porque você está dizendo isso papai? Nem o conhece, não pode tirar essas conclusões.
- Eu não quero você de conversa com rapazes com apenas 14 anos está me entendendo, você está sob a minha proteção e tem de me obedecer. Estamos entendidos?
- Isso tudo é ciúme? - mamãe chegou abraçando papai por trás.
- Não. - falou birrento e mamãe riu.
- Filha embora o seu pai esteja sendo ciumento ele tem razão, ainda é cedo pra você ficar de rolo.
- Eu entendi mamãe, o Kauan é só meu amigo mesmo.


Voltei pra perto da galera e Lucas estava um grude, onde eu ia ele me seguia, ele e a Gaby. Estava começando a achar que papai que mandou. Finalmente cantei os parabéns e agora tinha de dar um jeito de ficar a sós com Kauan como ele pediu. Com a distração do bolo Lucas e Gaby acabaram largando meu pé. Acabei saindo de fininho com Kauan e fomos para o meu quarto.


- Sabia que você iria conseguir. - me virou para ele e me beijou apertando meu corpo contra o seu. Ele realmente estava me mudando, mas até que eu estava gostando dessa mudança. - Vamos para o banheiro.
- Porquê?
- Porque o que eu tenho deixa cheiro e não seria uma boa se seus pais descobrissem.
- O que você trouxe afinal? - perguntei curiosa assim que fechei a porta do banheiro do meu quarto.
- Um baseado. - me mostrou.
- Mas isso é proibido, como você...
- É ilegal sim, mas se ninguém souber não tem problema. - piscou o olho - Vai querer?
- Eu tenho medo que isso me deixe fora do controle.
- Não precisámos fumar todo. - assenti e ele riu me beijando. Acabou me empurrando contra o móvel e me impulsionou a sentar nele, rodeei minhas pernas em sua cintura e ele me beijava intensamente descendo os beijos para o meu pescoço entrando com uma mão debaixo da minha blusa.




- Kauan... - falei receosa. - Eu...
- Eu sei Ceci, não farei nada que você não queira.
- Obrigada, vamos lá experimentar isso então.
- Claro coisa linda. - acendeu e depois de tragar um pouco me passou, senti logo a diferença daquilo para o cigarro, mas a sensação de alivío era muito maior.
- Você me acha mesmo linda?
- Sinceramente, eu te acho super linda, você tem 14 anos mas já tem um corpo bonito, e eu te acho bem gostosa.
- Você não está dizendo só por dizer né?
- Claro que não.
- Você me acha parecida com meus pais? - fumei mais um pouco e ele me observava enquanto acariciava minha perna.
- Acho, você é gata que nem a sua mãe, além de ter o cabelo e os olhos iguais a ela e você tem muitas manias do seu pai. Vou ligar o chuveiro tá, para o fumo desaparecer. - assenti.
- Você não deveria falar assim da minha mãe, você só tem 17 anos. - rimos, acho que mais pelo efeito do baseado do que da conversa.
- Mas tenho olhos e ela é gostosa sim, seu pai tem sorte. E eu também. - sorri e ele me beijou me roubando o baseado.
- Sabe eu estou gostando de ficar com você mas se a Ashley desconfiar você sabe quem irá sofrer né?
- Não fala nela agora. - me deu um selinho - Você estava me perguntando sobre seus pais, você não tem curiosidade em conhecer os seus pais verdadeiros?
- Eu conheci eles quando era criança, meus pais não gostam deles e eu deveria ter motivo para isso também.
- Mas você não tem né? Porque não os procura, você merece saber quem você é.
- Tenho medo que os meus pais fiquem chateados comigo.
- Mas é um direito seu. Pensa nisso tá. - assenti.
- Acho melhor a gente descer agora, senão vão procurar a gente.
- Quer um conselho, toma um banho, porque você está bem doida. - rimos - E este aqui. - apontou para outro baseado que ele tinha no bolso -  É pra você, quando quiser se lembrar deste momento.
- Com certeza irei me lembrar. - me levantei e ele me beijou subindo a minha blusa, deixei que ele a tirasse e senti ele marcar o meu colo.
- Agora irá se lembrar sem dúvida. - mordeu o meu lábio e me empurrou para debaixo do chuveiro.
- Seu doido, estou com roupa ainda. - ri.
- Tira ela e toma um banho. Seus olhos estão vermelhos, trata de arrumar uma desculpa boa para isso. - me beijou pela última vez e saiu.


Terminei meu banho e vesti uma roupa simples. Realmente meus olhos estavam vermelhos e bem denunciantes. Guardei o baseado e passei um pó na cara. Vi o presente da mamãe ali em cima da cama e a curiosidade foi maior, decidi abrir. A caixa era bem delicada e dei de caras com vários presentes, um vestido rosa, azul e branco, lindo, uns brincos de ouro branco e uns sapatos com um salto pequeno. Junto estava um papel.


"O tempo passa rápido e eu quero marcar todas as fases importantes da sua vida. Estes presentes são para momentos especiais. Você está se tornando numa linda mulher filha. Te amo muito"


Vendo aquelas palavras eu me sentia verdadeiramente filha dela, mas eu sabia que não era verdade e Ashley me fazia lembrar disso a toda a hora. Eu precisava pelo menos tentar saber mais sobre quem eu era. Só não sabia como, mas iria descobrir. O meu celular tocou e vi que era o avô Pedro.


- Parabéns minha pequenina.
- Obrigada avô, queria que vocês viessem.
- Não deu minha neta, mas tenho a certeza que você se divertiu né?
- Muito. - segurei o sorriso lembrando de Kauan - Vô será que me podia fazer um favor?
- Claro.
- Você pode ligar para meu pai e convencê-lo a me deixar passar uns dias na Argentina com vocês?
- Sério que você quer vir pra cá?
- Quero muito, vocês fazem isso por mim?
- Vamos tentar princesinha. - Avó Adrielle falou.
- Obrigada mesmo.
- Seu presente deve chegar por estes dias.- falamos mais um pouco e depois desci.


Na hora que cheguei na sala mamãe vinha da piscina com alguns colegas meus. Levei-os á porta e me despedi deles. Na área externa só estava alguns familiares e Henrique.


- Onde você estava?
- Fui tomar um banho.
- O Kauan já foi embora?
- Já. Você está gostando da festa?
- Muito, foi divertida.
- Ceci vem comer, você só petiscou. - papai chamou e obedeci.
- Me serve então papai. - ele me serviu um prato cheio de comida e a fome apareceu, deveria ser os efeitos do baseado.
- Cecília olha pra mim. - o olhei e ele encarou meus olhos estranho. - Você andou chorando?
- É, me emocionei.
- Com o quê bobinha?
- Com as pessoas celebrando comigo e por ter vocês na minha vida.
- Nossa filha. - papai riu e beijou minha cabeça - Eu que tenho sorte de ter você, a melhor coisa que eu fiz na vida. - sorriu grande e lhe retribuí.



 (...)



- Onde você vai Cecília? - Henrique me perguntou assim que entrámos no intervalo.
- Vou a... eu já volto.
- Mas...


Saí correndo e me encontrei com Kauan no mesmo lugar de sempre. Ele logo me abraçou me beijando. As férias estavam chegando e eu só pensava em como iria ficar a nossa "relação".


- Não se preocupa, a gente vai dar um jeito, nem que a gente se fale pelo celular e pelo skype.
- É, até porque eu tenho as férias com a minha família. - traguei o cigarro.
- E sobre aquele assunto você já pensou?
- Falei com os meus avós da Argentina, eles vão convencer meu pai a me deixar passar uns tempos com eles, aí eu tento procurar algo.
- Faz bem. Você topa faltar á próxima aula?
- Não posso Kauan, meu pai me mata e tenho de andar na linha com ele.
- É só uma aula.
- Mas ele me colocou de castigo naquela vez por causa da palestra, imagina se fosse aula.
- Tudo bem, desta vez eu não te sequestro, mas vem cá vem, vamos aproveitar pelos dias que não nos veremos. - me puxou para o seu colo me beijando.



DUAS SEMANAS DEPOIS... 



Clara On: 


- Mamãe faz aquele doce que eu amo por favor? - pedi entrando na cozinha enquanto ela e minha sogra preparavam alguns doces de Natal.
- Faço filha, é desejo?
- É. - rimos - Estou ansiosa para que eles mexam sabe? Um já á maravilhoso, imagina dois ao mesmo tempo.
- Já tem nomes?
- O Lucas escolheu Bernardo, a Ceci ficou de pensar no da menina.
- Estão falando de mim? - apareceu na cozinha com Gaby.
- Estamos filha, sobre o nome da sua irmã.
- Ah, sobre isso eu já escolhi, ou pelo menos acho.
- Vai chamar teu pai para ele ouvir também.


Ela voltou uns minutos depois e assim que Luan entrou botou o olho nas diversas gostosuras que tinha ali. Sempre gulosinho esse meu marido.


- Amor eu te chamei pra falar não pra ficar namorando os doces.
- Não tem como não olhar, só esse cheiro me deixa com fome. - riu.
- Sua filha já tem um nome para a menina.
- Sério? E aí filha? - falou animado.
- Luara, junção de Luan e Clara.
- Você está falando a sério ou está zoando? - Luan indagou feito bobo.
- Sério, porquê?
- É que não tinha pensando nisso. Mas eu gostei.
- Também gostei. - dei o meu parecer.
- Então teremos em breve a Luara e o Bernardo.
- Isso sogra. - afirmei.


Cecília pegou num bolinho e Luan foi atrás. Tal pai, tal filha. Por falar na Cecília, ela tinha melhorado, desde que entrou de férias que estava mais animadinha, e até comia com mais apetite, talvez fosse mesmo o cansaço da escola. Até a levamos no médico e os resultados foram agradáveis, ela tinha aumentado o peso e isso me tranquilizava bastante.
Subi com Lucas e comecei a nos arrumar para a ceia de Natal. Luan surgiu um tempo depois e terminou Lucas pra mim enquanto me fui arrumar. Cecília apareceu depois e vi como estava linda com as prendas que lhe dei no aniversário. E estávamos todos prontos para descer.





- Vou nem comentar nada sobre esses saltos altos Maria Clara. - Luan falou me olhando feio.
- Estou em casa amor, vou passar a noite quase toda sentada, não tem problema.
- Se não tem problema deveria usar chinelo, já que está em casa.
- Eu vou acabando me descalçando, por isso me deixa. - lhe dei língua e descemos. 


(...)


- Nora a Cecília está namorando? 
- Acho que não Amarildo.
- Ela não sai daquele celular. - observou e a olhei vendo que era verdade, assim que terminámos de comer ela se sentou num dos sofás e só mexia no celular enquanto Luan fazia a alegria da família cantando. 
- Deve estar falando com algum amiguinho.
- Ela parece bem melhor, o Luan andou aí uns tempos preocupado, estava capaz de arrancar os cabelos.
- É, foram dias difíceis mas ela já está melhorzinha. - sorri. 
- E se ela estiver de namorico o Luan vai voltar a ter dias difíceis, ele nunca foi muito ciumento, mas com a Ceci é uma coisa louca.
- É, ele teve uma boa professora sogro. - ri sem graça.
- Você só cuida do que é seu e ainda assim aguentou muito. 


Distribuímos os presentes e a festa durou até bem tarde. Lucas já dormia em meu colo e pedi a Hugo que me ajudasse a subir com ele. 


- Como a nossa vida mudou Larica, estamos casados e com filhos.
- Demais, e o mais importante é que continuámos grudados como sempre, meu herói. - o abracei de lado.
- Vamos descer que a minha menina também já deve ter pego no sono e a Bruna também não a pode carregar. 


Saímos do quarto e com Bruna vinha Luan segurando Gaby. Acabámos por rir da troca. E Luan avisou que a festinha já tinha terminado. Cecília subiu logo atrás com os saltos na mão.


- Eita filha, não aguentou? - brinquei.
- Ainda tenho de me habituar mamãe, mas gostei, me senti mais mulherzinha.
- Porque você está se tornando numa.
- Ainda falta muito pra isso amor. - Luan fez birra - Não fala isso que eu começo a sentir o meu coração bater rápido demais, ela sempre será a minha menininha, não será mulherzinha nenhuma.
- Posso ser as duas coisas papai. - o abraçou e Luan a olhou com ternura. 


(...)


- Filha seu pai falou que seus avós da Argentina ligaram, você está querendo ir lá uns dias?
- Estou mamãe, só pra matar a saudade e conhecer o país onde eles moram, afinal eles também são meus avós e nunca me abandonaram. - Ao contrário dos teus pais, pensei pra mim.
- Seu pai está com algum receio depois do que aconteceu.
- Não tem porque estar mamãe, eu já melhorei e já estou descansada o suficiente. 
- Eu sei, você irá.
- Obrigada. - me abraçou. 


Seguimos para o palco onde Luan se apresentaria daqui a pouco. Comemoramos a Virada lá e foi incrível, todos os anos eram, Luan sempre chamava a mim e aos filhos para ficar com ele no palco enquanto a galera fazia a contagem regressiva e assistia aos fogos. 



Cecília On: 


Finalmente chegou o dia, iria para a Argentina durante uma semana e meia e depois regressava para a nossa viagem de férias para Cabo Verde. Meu pai me levou no aero já que ele também viajaria dali a alguns minutos e nos despedimos seguindo cada um para um lado. Conversei com Kauan sempre desde que entrei de férias e estava sentindo imensa saudade dele e das nossas pequenas loucuras. Mas em algo eu já tirei vantagem, meus pais já me viam novamente como antes, uma menina ajuizada e saudável, mas no fundo eu não estava nada assim, todos os dias a imagem da Ashley me ameaçando e me machucando passavam pela minha mente, só o Kauan me fazia esquecer falando coisas engraçadas e algumas ousadas.  

Em algumas horas cheguei na Argentina e meus avós me receberam, era a minha primeira vez lá e eu esperava que fosse inesquecível. 




Olá amores! Cecília anda seguindo uns caminhos um tanto quanto estranhos e perigosos, e está se deixando levar pelo Kauan. Acham que ele faz de propósito ou é coisa de adolescentes? Cecília está super na dele e quando Luan descobrir a casa vai cair :| E essas ideias que ele lhe deu, ela aceitou e está na Argentina pronta para descobrir sobre os seus pais biológicos. Será que vai causar um enorme drama familiar? E quando ela voltar? Será que o bullying da Ashley vai continuar e a Ceci vai voltar a vacilar? Comentem por favor :) e obrigada pelos comentários anteriores, está me dando bastante gosto escrever esta fase. Beijos enormes <3




11 comentários:

  1. Morta com estas atitudes da Cecília. Será que o Kauan é filho de alguma inimizade da Clara no passado? Assim a pessoa se vinga através do filho? [Olha só minha imaginação voando kk]
    Luan ficaria muito decepcionado se descobrisse. Criaram ela com tanto carinho pra ela aprontar uma dessas?
    Clara e Luan vão ficar chateados se souberem que ela vai atrás dos pais biológicos.
    Conheço algumas Luaras. Cecília foi criativa.
    Espero que a Cecília tome juízo. Mas não achi que ela vá fazer isso agora kk

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    1. Adoro a sua imaginação, mas desta vez as coisas não serão assim kkkk
      Pois é, Cecília está naquela fase de se descobrir e de se revoltar.
      É, ela não terá juízo por agora kkkkk

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  2. Sinto que Cecília vai aprontar na Argentina

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  3. Caaaaaaaraca, pretérita! Ceci FUMANDO? Oh god, Luan vai ter um infarto quando souber, não consigo nem imaginar a reação dele, acho que alguém vai ficar de castigo por uns 40 anos viu.
    Esse Kauan realmente era encrenca, Ceci é tao inocente que não percebe isso, Luan tem jogo que descobrir essas coisas antes que fique pior.
    Quero só ver o que vai acontecer na Argentina em? Será que ela vai aprontar alguma coisa...

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    1. ~Vindo do Luan é bem possível esse castigo ser de 40 anos kkkkkk Pois é, a Ceci está se deixando levar, bobinha :s

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  4. Cecília vai voltar revoltada, querendo encontrar os pais biológicos. Acho que o Kauan faz tudo combinado com a Ashley. Luan e Cecília vão sofrer com essa revolta de Cecília. Uma dúvida... o Lucas sabe que a Cecília é adotada?

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    1. Não, o Lucas ainda não sabe. Até porque a Ceci é considerada mesmo filha do Luan e da Clara, então meio que isso seria apenas um detalhe, mas foi bom em você tocar nesse assunto ;) Me deu algumas ideias aí !

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  5. Ansiosa pra saber o que aCeci vai aprontar nessa viagem. Bem que Clara poderia achar um resto da droga ou a embalagem nas coisas da Ceci e Luan mandar ela voltar para o Brasil sem dizer o motivo, ai ela já voltava revoltada.

    POsta logo mulher!!

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    1. Hahaha adoro as suas ideias mas não será assim que tenho planejado, já postei um novo ;)

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