Capítulo 95

- Grávida? Mas... - Luan falou emocionado e me beijou calmo fazendo com que as nossas lágrimas se misturassem. 

- Luan depois ela te explica tudo. - dr. Olívia pediu e Luan assentiu segurando em minha mão e caminhando a meu lado. 

Fui levada para um quarto e logo trouxeram algo para comer mas nada descia, apenas consegui beber o chá e comer duas bolachas por insistência de Luan. A doutora me colocou o soro e me deu um calmante que me fez adormecer rapidamente. 

Luan On: 

- Doutora me explica como ela engravidou, me fala tudo, eu estou tão confuso. - me sentei na poltrona.

- Eu entendo. Ela há cerca de um mês veio fazer uns exames para saber se estava tudo certo para engravidar, com o aborto e tal, mas mesmo assim ela estava bem e apta para procriar. Você deveria ver a alegria dela em querer te surpreender, pra ser sincera não imaginaria que seria tão rápido. - riu fraco.

- É, ela estava querendo fazer amor demais. - riu sem jeito - Até acabamos brigando por causa disso, eu estava ficando cansado.

- Mas deu resultado Luan. - sorriu.

- Deu muito resultado, agora sei que ela tinha motivos. Estou tão feliz com isso doutora, tão feliz. - sorri grande olhando a minha menina fraca do meu lado. Seu eu pudesse sentir tudo aquilo que ela sentia no momento eu sentia, nem pensava duas vezes. 

- Bem, eu vou fazer outras coisas, ela quando acordar vai ficar melhor, depois você me chama para ela se alimentar de novo. 

- Tudo bem doutora, obrigado. Ela vai dormir muito?

- Cerca de umas 3 horas.

A doutora saiu e me lembrei de ligar a Beatriz, ela mesmo viajando tinha de saber e tenho certeza que viria para ficar com a Clarinha. 

- Hello Luanzinho, saudade? - zoou.

- Antes fosse por isso Bia.

- Ué, que aconteceu, porque está falando desse jeito com essa voz?

- O seu Carlos faleceu esta manhã.

- Quê? - indagou não acreditando, seu Carlos era como um segundo pai para ela. - Isso... ai meu Deus. - se desesperou - A Ma?

- Ela está dormindo, está tomando soro. Ele partiu quando se despedia da gente.

- Ela deve estar arrasada. Eu... eu vou para aí ainda hoje Luan, eu estou nos EUA ainda. Eu vou para aí.

- Tá bom, assim que você chegar me avisa.

- Pode deixar, até mais Luan. 

Me lembrei que também não tinha comido nada e a minha barriga já dava sinal. Fui no corredor e peguei algo das máquinas mesmo, não queria me distanciar muito e ir na cantina me obrigava a isso. D. Giovanna vinha com Hugo e meus pais.

- Ela está bem?

- Ela vai ficar sogra. Precisa de ajuda para alguma coisa?

- Não meu filho, já tratei de tudo, vou levar o Hugo em casa que ele precisa descansar.

- A Bruna está lá?

- Não, ela ficou em casa dos seus pais. Nós vamos indo.

- Tudo bem D. Giovanna, vá com Deus. - me despedi dela e de Hugo. 

- Mãe me faz um favor. - ele assentiu - Arruma a Cecília e coloca uma roupa mais confortável numa mochila. Mais logo eu passo lá, ela vai viajar comigo.

- Tem certeza?

- Tenho mãe. A Bruna daqui a nada vai pra casa ficar com o Hugo e a Gaby é pequena não percebe o que está acontecendo ainda mas a Ceci entende e não a quero nesse ambiente. Ela viaja comigo e se distrai um pouco, eu preciso dela comigo também.

- Tá certo Luan, eu vou fazer isso. Você deveria descansar também.

- Eu vou descansar aqui com a Clarinha, mais logo a Bia chega e fica com ela enquanto volto pra Bahia. 

Deixei tudo acertado com meus pais e depois de pegar a comida e um café forte voltei para o quarto. A cama de Clarinha era grande e me ajeitei do seu lado adormecendo. Acordei com ela acariciando meus cabelos. 

- Você deveria ir pra casa dormir amor.

- Não posso, você está aqui e o meu lugar é do seu lado.

- Teimosinho. - beijou minha cabeça e a olhei sonolento ainda.

- Está como?

- Estou tentando aceitar. - sorriu fechado e os olhos logo brilharam.

- Me fala do nosso bebê. - mudei de assunto e beijei a sua barriga. 

- Eu vim a uma consulta com a Bia, lembra? Foi naquele dia que a Ceci foi dormir em casa dela.

- Ela sabia que você estava tentando?

- Ela sabia que ia fazer os possíveis, mas não sabia que estava tentando do jeito maluco que tentei. 

- E eu briguei com você por isso. - neguei me sentindo um ogro.

- Eu que briguei, esqueceu? Mas eu queria te surpreender não fazia sentido te contar né.

- Mas você falou que não queria antes de terminar a faculdade.

- Falta pouco mais de um ano, a sua irmã fez os últimos meses online, eu pensei que poderia fazer o mesmo e como não havia tempo a perder... - deu de ombros e sorriu de canto. A beijei lhe mostrando todo o meu amor.

- Eu te amo sabia? Foi a melhor surpresa da minha vida.

- Imaginava que seria, ontem eu fui ter com você pra te contar isso.

- E com tanto desentendimento eu acabei esquecendo o motivo de você ir lá.

- Somos dois briguentos. - fez graça e fiquei aliviado por a ver tentando se alegrar.
- E a dança? - indaguei receoso.
- Vou dar um tempo, por isso passei mais responsabilidades para a Rita.

- Você já estava de caso pensado. A Bia chega mais logo.

- Você ligou? - assenti - Não era preciso, ela está viajando com os meninos...

- Ela é sua melhor amiga e fez questão de ficar com você.

- Obrigada amor, você quando vai?

- Algumas horas antes do show apenas, vou chegar lá e ir direto, não quero atrasar nem ficar com tempo livre lá, a Cecília vai comigo e eu volto de madrugada.

- Volta amanhã Lu, assim vocês descansam, eu também vou ficar dormindo e como a Bia vai ficar comigo não tem porque você se sujeitar a uma viagem desse tipo, você vai ficar cansadão.

- Não me importo.

- Mas me importo eu. Fica lá a noite e amanhã de manhã você viaja.

- Não consigo Clara, eu venha pra cá e nem adianta discutir. - ela bufou e assentiu se dando por vencida.

Como combinado com a doutora pedi algo pra gente comer no quarto e Clara comeu um pouco mais do que antes. Passámos a tarde naquele quarto vendo tv e falando de coisas aleatórios, mas Clara ia abaixo em vários momentos. A hora de viajar estava chegando e fui falar com a doutora.


- Ela já pode ir Luan, vou assinar a alta dela. Mas por favor não deixa ela ficar sem comer e se ela se sentir nervosa dê-lhe um destes calmantes. - me deu uma caixa de medicamentos.
- Obrigado doutora, espero que ela não precise de nada disto.


Ajudei Clara a se arrumar e seguimos para nossa casa. Depois de um banho relaxante nos arrumámos, eu já estava pronto para o show e apenas peguei num boné e um casaco mais quente para a noite. Segui para casa dos meus pais e Cecília estava pronta nos esperando. Assim que viu a Clara correu para a abraçar, talvez meus pais lhe tivessem contado alguma coisa.


- Mamãe, o vovô tá cuidando da gente lá de cima e não quer ver a senhora chorando nem triste.
- Eu sei meu amor. - sussurrou e sorri com aquela cena, Cecília era uma menina muito especial e nos momentos mais tristes ela conseguia torná-los um pouco alegres.
- Eu te amo muito mamãe e não quero te ver tristinha, meu papai vai viajar mas logo estamos de volta pra mimar muito você.
- Obrigada filha, vou esperar vocês.
- Vamos lá filhota? Quanto mais rápido a gente chegar mais rápido voltámos.
- Vai com Deus Lu, faz as suas coisas tranquilo, por favor.
- Eu vou tentar. - a puxei para um abraço forte.

- Te amo. - nos beijámos e depois de se despedir de Cecília saímos.

- Amor fica bem, dorme no meu antigo quarto e se precisar de alguma coisa chama meus pais que eles te ajudam com qualquer coisa.

- Eu sei, obrigada por me trazer para aqui, não sei se teria espírito pra ficar em casa dos meus pais.

- Não tem de agradecer. - meu celular tocou e vi ser Bia. - Oh a Bia. Alô?

- Cheguei Luan.

- Meu pai está me levando para o aero e depois você volta com ele.

- Ela está na casa dos seus pais?

- Está, você pode ficar também, não tem problema.

- Obrigada, então até já. 

- Vamos pai, amor eu já já volto.

Peguei em Cecília e saímos rumo ao aero. Bia estava esperando e depois de algumas palavras trocadas cada um seguiu seu destino. Estava viajando com o coração nas mãos. Cecília sabia do acontecido e tentava por tudo me animar. Chegámos no local do show e Arleyde veio pra cima de mim cheia de coisa pra fazer.

- Lelê me dá um tempo hoje por favor. 

- Luan eu entendo que não seja fácil mas você precisa de ser profissional.

- Eu sei Lelê, mas vai com calma, vou atender minhas fãs agora e avisa que não vou atender convidados nem conhecidos dos contratantes, não estou com paciência pra aturar essas pessoas. Só vou atender minhas fãs porque são minhas fãs, mais ninguém.

- Como preferir, vai para o camarim então que elas já estão na fila pra te ver. 

Atendi minhas fãs e a cada abraço e a cada "eu te amo" eu me sentia melhor. Cecília estava do meu lado sempre e fazia graça com as meninas nos arrancando várias risadas. O show correu normal e assim que terminou saí correndo com Cecília. Ouvi pessoal me chamar mas não podia atender estava preocupado com a minha mulher. A viagem para São Paulo demorou imenso e no jatinho troquei a roupa de Cecília por um pijama que minha mãe tinha colocado na mochila dela. Meu pai nos foi buscar e falou que Clara estava dormindo e que Bia ficou no quarto de Ceci. Deixei minha filha que já dormia no seu quarto e fui para o meu. Abri a porta do e me deparei com ela encolhida, tomei um banho quente e me vesti me deitando ao lado dela a abraçando. 

Clara On: 

Acordei com Luan me abraçando e inalei o seu perfume que sempre me trazia paz. Bia tinha ficado comigo até adormecer e conversar com ela foi muito bom, ela sempre me compreendia e me dizia palavras que eu precisava ouvir. Estava sendo difícil enfrentar esta dor, parecia mentira e gostava de acreditar que fosse mas infelizmente o pior tinha acontecido. 

- Acordou amor. - Luan falou sonolento e abriu os olhos.

- Agorinha. Correu tudo bem ontem?

- Aham, ainda bem que hoje era dia de folga e de entrevista de rádio apenas, assim pude desmarcar e ficarei com você.

- Minha mãe ligou ontem e falou que o funeral seria hoje de tarde em Campo Grande.

- Já avisou seus amigos?

- Já, o Fê e o Marcos e a Rita vão me encontrar lá.

- Vamos tomar um banho e comer um café gostoso? - sugeriu e assenti. 

Tomámos um banho juntos e depois de me vestir já a preceito para o funeral descemos para tomar o café da manhã que cheirava super bem. Eu não tinha fome mas meu filho tinha e aquele cheirinho era uma delícia. Me servi de bastante coisa e Luan me olhava admirado e contente. Beatriz desceu com Cecília logo em seguida, já arrumadas também.

- Dormiu bem Bia? - Luan perguntou.

- Demais, estava cansadona da viagem mas já estou como nova. 

- Como vai a viagem?

- Bem, estou me divertindo bastante, conhecendo gente nova, novas culturas. Aconselho todo o mundo fazer uma viagem assim. 

- A gente vai conhecendo aos poucos. 

- E os meninos como estão? - perguntei, nem tivemos tempo de falar disso na noite anterior.

- Vão bem, eles tiveram show ontem e hoje como têm folga vão tentar vir aqui te ver.

- Não era necessário, eles estão longe, não gosto de dar trabalho para as pessoas.

- Eles conheceram seu pai naquele jantar em vossa casa, e além do mais o Logan disse que era indiscutível, ele viria de qualquer das maneiras.

- É um bobo. - sorri fraco. - E o Hardin como vão as coisas?

- Bem, temos ficado quando nos encontrámos e tem sido incrível viajar com eles assistindo de camarote a toda aquela loucura. 

- Aproveita, porque quando for pra Europa eles não irão.

- É, eles só chegam na Europa na minha última semana de viagem.

Partimos para Campo Grande antes do almoço e assim que chegámos parámos no restaurante predilecto de Luan na cidade morena. Muita gente pedia foto e falavam comigo pois sabiam o acontecido. Chegámos na igreja e minha família estava ali assim como a de Luan. Cumprimentei a todos e agradeci o apoio. Me sentei perto do meu pai e Luan estava do meu lado. O padre deu início e quando saímos da igreja rumo ao cemitério vi os meninos chegarem. Luan me deu um beijo na cabeça e me incentivou a ir até eles, Logan abriu os braços para mim e o abracei enquanto um choro incessante se fazia ouvir.

- Meus sentimentos Ma, espero que Deus acalme seu coração e te cuide neste momento.

- Obrigada por virem, nem sei como vos agradecer.

- Não tem de agradecer por nada, somos amigos não é? - Hardin falou e assenti o abraçando em seguida. 

Voltei para perto de Luan e depois de todo aquele momento acabar fomos pra casa dos meus pais ali. Alguns familiares foram junto assim como nossos amigos e os meninos. Cecília ficou com Marizete este tempo todo e assim que chegámos em casa ficou do meu lado, só queria colo e por incrível que parece os carinhos dela era algo bom, meu pai estava me cuidando através dela. 

- Vou ficar esta semana toda aqui filha.

- Toda mãe?

- Não me sinto preparada para voltar e ficar longe, ainda não estou pronta para isso.

- Vai ficar aqui em casa sozinha? - me preocupei.

- Não, vou ficar em casa da sua tia. 

- Hugo você não quer passar esta semana em minha casa? - sugeri, mesmo que Bruna estivesse em casa seria estranho. - Bruna que você acha?

- Por mim tudo bem, mas estava pensando em ficar em casa da minha mãe.

- Como vocês preferirem.

- O Hugo pode usar o meu estúdio se quiser. - Luan falou e meu irmão não tinha dito uma palavra, pra ser sincera o achava bem distante e pensativo. Ele não era assim, sempre foi o que dava força e o mais forte para ultrapassar os problemas.

- Hugo? - o chamei e ele não me ouviu. - Você está bem? - perguntei preocupada e ele apenas assentiu subindo para o seu quarto ali na casa de CG. 

- Ele está estranho. - Luan deu conta. - Bruna ele te falou alguma coisa? Ele não é de ficar assim.

- Ele não fala desde quando chegou em casa ontem cedo. 

- Parece que está em choque. - Marcos falou e o olhei pensando naquelas palavras.

- Eu vou falar com ele. - falei decidida.

- Não será melhor esperar outro momento?

- Não Lu, ele não está bem e eu sei o que ele está passando. - senti minha garganta fechar por segurar o choro e saí rapidamente dali indo atrás do meu irmão.

Nosso casal falando da gravidez, que fofos *-* Quando será que vão anunciar para a família? 

Clara está sendo apoiada pela família e amigos, que queridos né? Até os meninos vieram para ficar com ela. Parece que Hugo não está bem, Clara foi falar com ele, o que será que aconteceu para ele estar assim? Comentem por favor, beijos!