Capítulo 71

- Luan você mexeu no meu celular? - me perguntou desconfiada.

- Então amor... - passei a mão no cabelo e ela levantou uma sobrancelha me esperando - Eu fiquei curioso apenas.

- E não me iria contar? Eu poderia achar que ele não me disse nada se não tivesse vindo conferir.

- Desculpa amor, eu só... - me calei sabendo que errei mas não era motivo para tanto.

- Só o quê?

- Só não quero que você tenha essa conversa com ele. - falei tão rápido que desejei que ela tivesse percebido algo diferente mas não aconteceu. 

- Porquê? - indagou incrédula mas num tom baixo para ninguém nos ouvir.

- Ele é seu ex, não pega bem. Qual a lógica disso? 

- Luan não tem de ter lógica, apenas quero e preciso da amizade dele, entende isso. Nunca o vi como algo mais...

- Mas ele sim. - contrapus e ela bufou desviando o olhar e me encarando de novo.

- Mas para isso precisámos conversar e esclarecer as coisas. 

- Não há nada pra esclarecer, você está comigo e ponto.

- Estou com você e posso ser amiga dele. Nem vem encher meu saco. - me avisou e a olhei indignado.

- Se você conversar com ele eu vou estar perto. - avisei firme e ela me olhou admirada. Ignorei o seu olhar sobre mim e me servi já que a comida tinha acabado de chegar. 

- Depois falamos melhor. - falou um pouco brava. 

Durante o jantar tentei a fazer falar comigo. Engracei com ela, mas tudo que recebia era uma cara feia da parte dela que não estava nem um pouco contente com a minha atitude. 

- Amor não faz assim. - apertei sua coxa quando terminava de comer a sobremesa.

- Não faz assim você, pra quê implicar? Eu poderia ter noivado com ele mas foi você que escolhi, aliás, o Marcos me incentivou a te aceitar porque sabe o quanto te amo. - me revelou e fiquei sem saber o que falar, ela tinha razão.

- Me desculpa, você tem razão. - falei sincero e ela me olhou como se me analisasse. 

Mesmo me tendo redimido ela não dava o braço a torcer, estava sendo orgulhosa demais. Eu pegava em sua mão e ela soltava, a abraçava e ela se esquivava, falava com ela e recebia respostas secas. Ela estava tentando me dar um gelo e estava conseguindo. Depois de caminharmos um pouco pelas ruas voltámos para o hotel. Ela arrumou Cecília no quarto e a deixou a dormir voltando para o nosso quarto. Começou se despedindo na minha frente enquanto eu assistia TV já de cueca e camiseta. Ela estava com uma lingerie preta que destaca ainda mais a tez branca da sua pele sedosa. Não tirei meu olho, era impossível. Mas logo ela cortou meu barato vestindo uma camisola de seda preta também, que assentava perfeitamente nas suas curvas. 

- Não vai falar comigo? Vai continuar me dando pra trás? - indaguei assim que ela se cobriu se virando de costas pra mim.

- Boa noite Luan.

- Boa noite Luan? - a imitei incrédulo - Deve estar brincando. Se está tentando me fazer cair em mim saiba que já caí e que fui bocó em ter dito aquilo.

- Ainda bem que reconhece.

- Mas não significa que irei dar confiança para aquele mauricinho e muito menos você.

- A gente é amigo. - falou firme.

- Desde que se mantenham longe tudo bem. - ela se sentou respirando fundo e me olhou.

- Você não vai se meter, o Marcos foi uma pessoa super importante na minha vida, ele me deu a mão quando mais precisei, me amou quando eu estava em pedaços por você me ter magoado, ele curou minhas feridas e me compreendia sem me cobrar nada. Você deveria agradecer ao Marcos por cuidar de mim quando você estava na farra comendo a primeira que te aparecesse na frente. - falou entre dentes se deitando de novo - Agora me deixa dormir.

- Clara não é bem...

- Cala a boca Luan, eu quero dormir, tenta fazer o mesmo. - bufei stressado. Não era possível que estávamos brigando pro causa do ex dela. Eu só não queria que ele abusasse da posição de amigo para ficar perto dela e a tocar imensas vezes. Não iria permitir nem aceitar isso. Imagina eu viajando e ele em Sampa com ela como quando eram namorados. Ah mas nem a pau. 

Confesso que demorei pra cacete pra pegar no sono e não conseguia de jeito nenhum. Não estava habituado a dormir sem ela me abraçando ou de bem comigo. Mesmo quando estávamos separados eu não dormia bem, só quando Cecília estava do meu lado. Quando ela voltou pra mim foi como se as minhas noites fossem de bebé, dormia profundamente, tranquilo e em paz. Me levantei e fui até á varanda do quarto refrescar um pouco as ideias. Quando voltei ela dormia pesado e com cuidado me deitei a abraçando, ela estava dormindo não tinha como me impedir. 

- Bom dia papai. - Cecília falou na beira da cama do meu lado acariciando meu rosto. Me virei para a olhar e reparei que Clara ainda dormia.

- Bom dia filha, quer deitar um pouco aqui?

- Quelo. - sorriu e saltou pra cama se deitando no nosso meio me abraçando - Amo domir com o seu pefume. - confessou sonolenta e beijei seu rosto sorrindo logo cedo. 

Voltei a adormecer e acordei mais tarde com Clara secando o cabelo. Saiu do banheiro já arrumada e a cada dia ela acordava mais linda, se isso era possível. 

- Um anjo do céu que trouxe pra mim, é a mais bonita, a jóia perfeita, que é pra eu cuidar, que é pra eu amar, gota cristalina, tem toda a inocência. - cantarolei e ela me olhou tentando esconder um sorriso. - Bom dia. - falei doce tentando levar as coisas a bom porto para que ela me desculpasse.

- Bom dia, a Cecília acordou de noite?

- Não, foi pela manhã mesmo.

- Hum. - falou arrumando a sua bolsa e me levantei indo até ela a abraçando por trás.

- Me desculpa, sei que fui um ogro e que não te compreendi, mas acredita que não é fácil para mim aceitar que a minha noiva queira ser amiga do seu ex-namorado, é estranho amor. - me desculpei em seu ouvido e ela colocou suas mãos por cima das minhas que abraçavam sua cintura.

- Não vai implicar mais com o Marcos nem me dar a entender que me quer proibir de o ver ou algo do género?

- Mesmo que me custe, não, não vou implicar nem proibir, apenas não dá confiança a mais. - pedi e ela riu fraco.

- Ciumento.

- Não sou...

- É sim. - me interrompeu se virando para mim - Mas sabe que eu gosto desse seu lado, me faz sentir importante e ao mesmo tempo não me faz sentir sozinha. - riu irónica e a acompanhei me aproximando.

-Vem cá meu amor.- segurei seu queixo e a beijei lentamente. - Você está maravilhosa nesse vestidinho de menininha. 

- Obrigada. - beijou o canto de minha boca - Se arruma pra gente descer e tomar café. 

A galera já nos esperava e decidimos que aquele seria o último dia passeando e no seguinte voltávamos a aproveitar as praias, Estava sendo maravilhoso aqueles dias em família e amigos. 

- Lubraco olha ali. - Max acenou para trás de mim e pude ver uma morena, a princípio não me toquei até ela se virar e me lembrar dela daquela balada que a gente foi nas Maldivas. Esperava que ela não me visse, não queria problemas com a Clara agora que estávamos resolvidos depois da nossa pequena "briga". 

- Shh. - o avisei e ele riu. - Então vamos indo? 

- Estamos esperando a Bia e a Fernanda que foram no quarto.

- Oh muié para esquecer as coisas, bicho complicado. - zoei e Clara me beliscou. 

A galera dispersou pelo hall do hotel conversando. Fiquei com minha noiva e minha filha conversando até sentir alguém me tocar nas costas. 

- Oi Luan. - a tal morena falou.

- É...oi. - falei sem graça sentindo o olhar de Clara em mim.

- Quem é amor? - perguntou olhando a moça.

- Uma conhecida. - falei rezando para ela não desconfiar.

- Hu,.

- Então Luan sua mãe ficou bem? Você saiu tão á pressa naquela noite que nem deu pra combinar mais nada. - lhe mandei um olhar matador mas ela não percebeu. Não tinha feito nada de errado, apenas atendi alguma galera e fiquei conversando com eles até meu pai me avisar que mamusca tinha ligado. 

- Ficou, obrigado. - respondei curto e Cecília me abraçou pelo pescoço ainda mais.

- Sua prima?

- Filha. - falei e a moça se surpreendeu.

- Nossa, não sabia.

- E eu sou a noiva. - Clara falou sorrindo cínica.

- Prazer, adorei te reencontrar Luan, parece que o destino nos juntou nas nossas férias, aproveita. Beijo. - beijou meu rosto sem eu esperar e saiu. Clara me olhava séria me fuzilando. Sabia que vinha sermão. 

- Não ouse falar ou me tocar hoje. - avisou e saiu de perto de mim indo ter com Bruna e as meninas. 

Bufei irritado. Não queria causar nada disto. Raio de mulheres atiradas que não sabem se colocar no seu lugar nem falar como as coisas são, têm sempre de exagerar. Oxi estava mal nos pano com a Clara. Fomos visitar um templo e como era local religioso tínhamos de ficar em silêncio, aproveitei a situação para conversar com ela visto que não poderia elevar o tom de voz. 

- Clara me deixa explicar.- sussurrei. 

- Agora não. - falou no mesmo tom.

- Agora sim, você deve estar pensando coisas já.

- Eu não sou você, eu vou te deixar explicar, mas não agora por favor. - falou entre dentes e com raiva no olhar. Respirei fundo e assenti, não valia a pena piorar as coisas. 

Decidimos passar numas lanchonetes que tinha na rua e comprar um monte de coisa para comer no jardim. 

- A gente podia comer sempe no jadim em casa. - Cecília saiu com essa nos fazendo rir.

- Você gosta?

- Muito papai, é muito legal. Mamãe cê não gosta da comida? - perguntou a Clara que pelo que observei só comeu um pouco e continuava calada me preocupando.

- Gosto filha mas não estou com muito apetite. - sorriu pequeno. 

- Ué Ma, você disse que estava delicioso quando provou e não come? - Felipe apelou e ela deu de ombros.

- Acho que vou procurar um banheiro por aí, preciso refrescar o rosto. - se levantou me deixando ainda mais preocupado do que já estava. Como já tinha comido e ela não voltava, decidi ir atrás. 

Vi mais ou menos por onde ela foi mas não vi sinais de banheiro público por ali. Corri o meu olhar pela multidão que andava entre os seus afazeres pelo jardim e ruas daquele local. Mas ela se destacava entre todas aquelas pessoas, por isso não seria difícil a encontrar. Resolvi voltar um pouco atrás para ver se ela tinha voltado pra junto da galera, mas nada. Quando me virei esbarrei em alguém e nem precisei ver quem era, já sabia que só poderia ser ela. A abracei imediatamente.

- Me larga.

- Não largo não, ouve o que te vou falar. - disse calmo tentando a fazer me olhar. - Na balada uma galera veio pedir foto e acabei ficando na conversa um pouco com eles. Aquele moça estava mais próxima e não queria ser desagradável, quando meu pai me falou da Cecília ao ouvido eu inventei uma desculpa para me livrar dela e ir ter com vocês.

- Porque não falou a verdade? - me olhou finalmente.

- Ninguém precisa saber da minha vida, e proteger a minha filha é o que mais quero. - falei sincero.

- A maneira como ela falou parece que vocês tinham ficado ou assim. - disse com mágoa.

- Mulheres como ela conheço eu bem, ela queria provocar esta briga entre a gente. Mas nada vai mudar, eu só amo você. 

- Eu devia ter saltado pra cima dela e arrancado o aplique do cabelo dela né? - falou engraçado mas séria.

- Não seria má ideia, mas ainda bem que não. - ri fraco e ela me olhou. - Não fica mais fula comigo.

- Você não me deu escolha.

- Eu sei. - beijei a pontinha do seu nariz e ela fechou os olhos me deixando colar nossos lábios. 

A semana se passou rapidamente e quando dei conta estava fazendo as malas para voltar pro Brasil. Estávamos com a pela bem mais morena e já imaginava minhas neguinhas pirando. Ri com meu pensamento e Clara me olhou estranha fechando a sua mala.

- Tá rindo sozinho maluquinho?

- Não, estava pensando numa coisa aqui.

- Que coisa? Safadeza né? 

- Por acaso não.

- Me surpreendeu. - me zoou - O quê então?

- Estava pensando que minhas negas vão pirar no meu moreno.

- Desde que sejam apenas elas. - deu de ombros.

- Cê sabe que não será. 

- Não precisa me lembrar. O bom é que só eu posso ver o corpinho todo, cada canto. - se aproximou e a empurrei para a cama me colocando por cima enquanto ela ria. Beijei seu pescoço e a vi se arrepiar, era dos maiores pontes fracos dela. 

- Amor não podemos demorar.

- Claro que podemos. - lhe garanti e subi seu vestido passando o dedo no tecido fino da sua calcinha. 

- Me ajudem a fechar a ma... Ai meu Deus. - Cecília gritou e Clara me empurrou se recompondo rapidamente. - O que cês tavam fazendo? 

- Nada filha, o que você queria?

- Eu vi papai. Que cês tavam bincando? 

- Coisas de adultos, esquece o que você viu. - tentei a convencer mas ela não se convenceu muito me olhando desconfiada. Puxou minha mão e me levou á sua mala me pedindo para a fechar. 

No aeroporto todo o mundo estava cansando mas ao mesmo tempo ansioso para chegar logo em casa. meus shows começariam daqui uma semana mas antes teria muito com que lidar. 

- Amor vou montar a academia e procurar uma empresa para me ajudar a organizar o casamento.

- Não temos data ainda. - constatei assim que estávamos no ar. 

- Verdade, pensou em alguma?

- E se fosse daqui três meses?

- Três meses? Está doido? Não temos tempo.

- Temos sim, esqueceu que sou o Luan Santana e consigo tudo que quero?

- Ás vezes me assusta quando você fala assim, parece que nada é impossível.

- E não é. Basta a gente acreditar e lutar por isso.

- Mas isso é diferente de usar o nome para conseguir algo. - returcou.

- Não amor, isso é uma das vantagens de ter lutado e alcançado. 

- Você tem sempre a resposta na ponta da língua. - riu fraco.

- E aí, daqui a três meses? 

- E se fosse em Outubro? Você não terá tanto shows e temos mais tempo.

- Como você quiser, apenas me avisa para a gente marcar.

- Vou pensar nisso. - me beijou e descansou a sua cabeça em meu ombro. 

Clara acabou ficando em minha casa e no dia seguinte a levei na sua para desarrumar a sua mala e arrumar as suas coisas. 

- Vou mandar uma mensagem pro Marcos.

- Tem mesmo de ser?

- Tem, quanto antes melhor.

- Marca para estes dias que eu estou em casa, quero estar junto.

- Luan...

- Luan nada amor, eu vou estar junto. 

- Tá bom. - se deu por vencida e lhe mandou uma mensagem. - Ele passa aqui mais logo, vou chamar ele pra jantar.

Ia protestar mas ela me mandou um olhar torto. Além dele vir falar com a minha noiva ainda tinha de engolir ele durante o jantar que demoraria o dobro do tempo de uma conversa normal. 

Hey! Consegui postar *.* Nosso casal se desentendeu duas vezes nesse tempo, oh casal mais temperamental kkkkkk Luan teve sorte da Clara acreditar nele porque se fosse ao contrário seria a 3ª Guerra Mundial kkkkkk E essa conversa com o Marcos como irá correr? Comentem por favor e desculpem pela fraca qualidade dos últimos capítulos, estou tentando ter inspiração e escrever algo para não vos deixar na mão. Beijocas <3