quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Capítulo 75

Fiquei com o coração nas mãos, eu sabia que estava acontecendo algo. Clara não atendia, não chegava nunca. Não sabia o que haveria de fazer. Liguei para o meu pai que me mandou ir ter com ele no escritório. 


- Luan se algo acontecer melhor você ficar aqui do que no hospital. 
- Eu sei pai, mas não entendo, o que poderá ter acontecido. - indaguei.
- Vamos aguardar mais um pouco. Como está o Carlos?
- Nem sei pai, os médicos não avisaram nada enquanto estive lá, mas qualquer coisa o Hugo me liga. 
- Pedi pra sua mãe pegar a Cecília na escola, melhor ela estar em casa.
- Obrigado pai. - me sentei na sala dele olhando o nada. - Não será melhor a gente ir na polícia?
- Por enquanto não filho, vamos aguardar um pouco mais.
- Pai não dá pra esperar. - me levantei impaciente passando as mãos pelo cabelo. - Eu não quero pensar no pior... - senti meus olhos arderem de novo e as lágrimas saltaram até o meu celular tocar de número desconhecido.
- Atende filho. - meu pai me incentivou e coloquei no viva voz.
- Alô?
- Vou ser curto e direto. Estou com a sua noiva, quero 1 milhão na minha conta até ao final do dia, senão ela morrer, ouviu?
- Me deixa falar com ela? - pedi angustiado.
- Princesa fala aqui com o seu amorzinho... - debochou.
- Lu, eu te amo, me tira daqui por favor. - pediu chorando e nem consegui dizer nada.
- Já chega, até ao final do dia, nada de polícia. Mais tarde envio as coordenadas. – desligou na minha cara.
- Eu não acredito nisto pai. – chorei me sentando.
- Vou ligar pra polícia, melhor só ficar entre a gente.
- Ele avisou que não quer polícia pai, não faz nada, deixa que eu me resolvo.
- Não resolve coisa nenhuma, ele quer te extorquir dinheiro e além do mais merece ser preso.
- Pai, pela Clara eu dou tudo, não interessa o dinheiro desde que ela esteja bem e comigo.
- Filho eu sei que não interessa dinheiro, mas a polícia precisa saber, você não vai arriscar. – falou firme e sabia que não havia volta.



Clara On:


Assim que o taxista me levou pelos atalhos comecei a ficar receosa, eram uns becos bem estranhos e assim que o táxi parou perto de uns barracões sabia que algo estava errado. Uma arma foi apontada a mim e tive de entregar meus pertences. Achei que seria apenas um assalto, mas quando Paulo saiu de um dos barracões e me puxou do carro tive a certeza de que era a tal vingança que ele queria fazer a Luan. Não tive nem tempo de falar ou gritar, um pano branco foi colocado no meu nariz me fazendo desmaiar por algum tempo. Acordei quando Paulo e o taxista, que não deveria ser isso coisa nenhuma, ligaram para Luan e me deixaram falar com ele.


- Sabe o que te propus naquele dia que você foi na agência? Agora com você amarrada e sem ninguém pra te salvar eu posso muito bem começar e terminar o que eu pretendia. – se aproximou de mim me tocando na perna. A afastei rapidamente e fui surpreendida por um tapa na cara. Lágrimas desceram imediatamente, era um passado que voltava e um medo que surgia por algo me acontecer. Eu só queria o Luan.
- Me deixa em paz Paulo, por favor. – supliquei.
- Olha, ela sabe pedir, que educadinha. – debochou. – É bom que o seu namorado faça o que pedi, porque quem irá sofrer é você. É nas mãos dele que você está.
- Você não seria capaz de me fazer algo. – falei séria com esperança.
- Duvida pra você ver, posso te matar agora mesmo, sem piedade nenhuma.
- Você não tem escrúpulos, porquê isso? Você não estava seguindo em frente?
- Seguir em frente com um passado mal resolvido não dá certo. Você me negou e seu namoradinho me bateu e acabou com a minha imagem. Não vou deixar isso barato.
- Ele vai te dar o que você quiser, só me deixa sossegada.
- Se eu quiser você ele vai concordar também? – perguntou cínico acariciando meus cabelos com toques bruscos. – Bem me parecia. Leva-a para a sala dos fundos e tranca a porta, sabes o que tens a fazer. – avisou o cara que me pegou me magoando no braço pela força exercida sobre ele.


Me levou para uma salinha onde um colchão estava no chão, apenas isso. A luz do dia trespassava por uma pequena janela no alto da parede dando um aspeto assustador aquele lugar. Fui completamente arremessada para cima do colchão.


- Moço não é preciso empurrar. – reclamei sentindo meu coração batendo freneticamente. Só pensava em Cecília e Luan, será que meu pai estava bem? Que Deus me ajudasse.
- Cala a boca gostosa.
- Vai te foder. – gritei e levei outro tapa, mas desta vez mais forte. Lágrimas desceram pela minha cara e em segundos desmaiei novamente sentindo o cheiro do pano de antes.



Luan On:


- Filho vai comer, você não comeu nada desde que chegou em São Paulo.
- Não quero comer pai.
- A polícia chegou. – Rober avisou e vi os policiais entrarem.


Falei com eles tudo que sabia e tentaram rastrear o celular do número desconhecido que me ligou, mas não encontraram nada, raio de celulares descartáveis. Liguei para o porteiro do prédio pedindo que me enviasse os vídeos de vigilância daquela manhã, talvez reconhecendo a matrícula e o suposto taxista conseguíssemos chegar a Clara.


- Luan eu penso que não passa de um sequestro normal de alguém que usou da sua posição social e quer uma boa quantia em dinheiro, não acredito que algo de mal aconteça com a vítima.
- Só pode policial, meu filho não tem inimigos capazes de chegar a esse ponto. – meu pai explicou e alguém passou na minha cabeça.
- Paulo. – falei e todos me olharam.
- Paulo?
- Sim policial, tenho a certeza que foi ele.
- Como pode ter tanta certeza? Quem é ele afinal?
- Um cara que trabalhava numa agência e abusava das meninas que iam fazer audições, tentou abusar da Clara, mas foi bem no dia que eu fui lá escolher a bailarina para o meu clipe e a vi saindo correndo da sala, mais tarde fiquei sabendo do que aconteceu e fui atrás dele acabando com a carreira que ele tinha.
- Mas porque ele voltou agora?
- Na semana passada a gente se encontrou numa balada, ele ameaçou a mim e á Clara, eu não quis lhe dar moral, mas parece que ele está realmente se vingando e justamente na pessoa mais importante da minha vida. – choraminguei com raiva. Eu iria acabar com ele desta vez, ah se ia.
- Tem uma morada que nos possa dar?
- Não, depois daquela situação na agência não fiquei sabendo mais nada.
- Basta o nome completo e a idade.
- Não lembro. Rober liga pro Roberto. – pedi e ele logo atendeu nos dando as informações após uma breve explicação, claro que não contámos sobre Clara, apenas que ele tinha feito besteira.


Os policiais pesquisaram na base de dados e encontraram uma morada, mas não era de São Paulo, o que nos levou novamente para a estaca zero. As imagens de vídeo não eram muito percetíveis, mas pela claridade da manhã foi facilmente identificado o rosto do taxista que em nada parecia o Paulo.


- Ele não tem cadastro. – informaram. - E a matrícula é de um táxi roubado há uma semana atrás.
- A gente tem de fazer alguma coisa. – pedi firme, não dava pra ficar nesse impasse.
- Já são três da tarde, com certeza teremos notícias do sequestrador.


Longas duas horas passaram e finalmente a mensagem chegou. “18h30 nos galpões da Vila Mariana, 1 milhão em troca da sua noiva. Vem sozinho ou então se despeça dela.” Os policiais moverem um pequeno número de outros policias treinados para estas situações. Meu pai foi no banco e levantou todo esse dinheiro, sei que era demais e que o banco não estava preparado, mas a polícia ajudou por se tratar de mim e da sensibilidade do caso. Mala fechada, chave do carro nas mãos, parti para a tal vila Mariana, não conhecia nem nunca ouvi falar. Decidi ir num carro mais normal e não luxuoso. Os policiais colocaram um microfone pequeno escondido no meu casaco e um rastreador entre um conjunto de notas. Segui as indicações do GPS e em uma hora cheguei lá. Meu celular tocou e atendi imediatamente.


- Luan o que está acontecendo?
- Hugo não é uma boa hora pra gente falar.
- Luan estou preocupado com a minha irmã, me conta tudo agora.
- Sério Hugo, depois conversamos. Seu pai está bem?
- Está estável, foi uma baixa de pressão e algum desequilíbrio emocional, não entendemos porquê, mas ele está bem é o que importa.
- Ao menos isso, depois a gente fala. – desliguei e estacionei o carro saindo. Já estava na hora. Os policiais provavelmente se espalharam e se organizaram por ali e eu só esperava que não tornassem a situação pior.


Um barulho na porta me despertou e encarei Paulo que saía de lá com um sorriso debochado. Minha vontade era de matar ele. Assim que o tive a poucos metros de mim apertei minha mão para o socar mas a arma apontada a mim me fez parar, impedindo de lhe acertar.


- Nem se atreva a dar mais um passo cantorzinho.
- Onde ela está? – indaguei entre dentes.
- Primeiro vamos conversar.
- Não quero conversar, quero a Maria Clara apenas.
- Vai com calma Luan. – me zoou e respirei fundo. – Ela está numa sala lá dos fundos, se você pensar em me enganar o meu parceiro terá o maior prazer em se divertir nela.
- Você não vai fazer nada disso.
- Você também disse isso na balada lembra? E agora, estamos aqui. – riu sarcástico.
- Me dá a Clara, o seu dinheiro está no carro.
- Vai buscar. – peguei no saco e o atirei a seus pés. Ele abriu e tirou algum dinheiro conferindo se estava tudo em ordem. – Acho bom você ter organizado tudo, será bem mais fácil de conferir.
- Quero a Maria Clara.
- Mandei ter calma não foi? – um barulho enorme nos fundos do galpão de fez ouvir. – O que você aprontou?
- Nada. – falei parecendo convincente.
- O que está acontecendo? – perguntou no celular a alguém. – Polícia? – me olhou e sabia que não era boa ideia – Arma na cabeça dela e algum passo deles você não tenha pena em apertar o gatilho. – encerrou me deixando fervendo de preocupação, raiva, medo, muito medo. – Eu te avisei. Gosta assim tanto dela para a colocar em risco?
- Eu não fiz nada, como deve saber não sou desconhecido.
- Cara de bom moço mas por trás não passa de um canalha. Sempre te odiei, a você e á sua mania de se atrasar para os compromissos e demorar demais para se decidir. Nunca aceitava os contratos do jeito que eu exigia mas para estar ligado á sua imagem tinha de aceitar. Sabe, houve momentos que pensei que a gente se podia divertir com as beldades que havia na agência, eu iria te convencer a fazer parte disso, mas depois de você defender aquela cabra com unhas e dentes desisti dessa ideia. Você era ponderante demais antes de tomar alguma decisão. Um merdinha de cantor que se acha melhor que todos. Espero que quando a encontrar ela esteja estrupada e morta, queria ser eu a fazer ambas as coisas mas tenho algo mais importante a fazer.
- Você não vai embora antes de eu a ver. – ameacei.
- Quem tem a arma aqui sou eu. – riu debochado correndo para um carro que estava ali.


O meu primeiro impulso foi correr para dentro do galpão procurando a tal sala nos fundos. A porta estava trancada e ouvi alguns gritos dentro seguido de avisos da polícia. Peguei num ferro e com toda a força parti a fechadura abrindo a porta e vendo uma cena que nem nos meus piores pesadelos imaginei ver. Um cara, aquele do táxi, prendia Clarinha pelo pescoço enquanto a arma estava junto a sua cabeça.


- Amor. – suspirou me vendo.
- Fica longe. – o cara me avisou.
- Clara vai ficar tudo bem, tem calma, acredita em mim meu amor. – tentei parecer esperançoso, não a podia deixar com mais medo ainda e muito menos piorar a situação.
- “Largue a vítima e saia com as mãos no ar” – o policial falou do lado de fora e percebi movimentos atrás de mim, não olhei para não dar nas vistas e me deixei ficar na porta.
- Me deixem sair livre ou ela morre. – gritou de volta e o olhar de Clara estava preso ao meu.


Me movi um pouco para dentro da sala e o cara arrastou clara um pouco ficando de costas para a janela, não sei até que ponto isso seria bom, mas acho que tanto tempo jogando vídeo game teria de resultar em alguma coisa positiva. A arma continuava em sua cabeça e os olhos de Clara jorravam lágrimas incessantes.


- Ele te fez alguma coisa? – indaguei baixo visivelmente nervoso. Ela apenas negou.
- Uns bons tapas neste rosto bonitinho, mas estava pensando em abusar do resto do corpo, o que você acha cantorzinho? Te imobilizo com um tiro na perna te deixando consciente para apreciar a cena. – riu e dei um passo á frente o fazendo recuar.


Através do olhar consegui fazer com que Clara percebesse os movimentos da minha cabeça e se abaixasse um pouco. Ela assim o fez, flexionou os joelhos fazendo o cara descer o seu braço que estava no seu pescoço a acompanhando.


- Está cansada belezinha?
- Aham. – Clara grunhiu e assim que avencei novamente o cara apontou a arma para mim mas foi surpreendido com um tiro no ombro me permitindo chutar a arma e puxar Clara para mim.


Os policiais entraram tomando conta da situação. A peguei em meu colo e saí dali a passos largos. Mas ao chegar no portão um carro da polícia estava ali com Paulo dentro.


- Luan o seu dinheiro está aqui. Ele não foi muito longe.
- Obrigado, eu preciso ir.
- Não pode, precisam prestar depoimento.
- Acha que eu vou prestar depoimento quando ela está tremendo em meus braços? Depois tratámos disso, o mais importante agora é o bem estar da Clara. – falei rude a colocando no banco de carona. O policial colocou o saco no banco de trás e dei partida saindo dali rapidamente.
- Me leva pra casa. – pediu num sussurro.
- Amor respira fundo. Te magoaram? Você sente alguma dor?
- Apenas de cabeça e um nó na garganta e no coração, mas eu vou ficar bem. Apenas me leva pra nossa casa.


Conduzi o mais rápido possível e quando chegámos em casa a ajudei a tomar um banho, aproveitando para me banhar também. Ela ainda tremia, lhe vesti uma calcinha e uma das minhas camisetas, me vesti também e a levei pra cama. Abracei-a bem forte juntando as minhas lágrimas ás dela que ainda não tinham parado.


- Amor conversa comigo por favor. Não quero que você fique com trauma nem nada disso, me fala tudo. – supliquei e a encarei.
- Não vou ficar com trauma amor, só não quero falar. – me abraçou novamente e nos deitei na cama com ela em meu peito enquanto os seus braços abraçavam a minha cintura.


Com um leve e demorado cafuné ela adormeceu. Mas ainda a sentia tremer, um pouco menos, mas tremia. Liguei para meu pai e contei tudo, ele já sabia uma parte. Me garantiu que Cecília estava bem mas que minha mãe desconfiava de algo.


- Hugo a Clara está comigo, está dormindo.
- O que aconteceu?
- Cara não dá pra falar por telefone, é um assunto do passado que necessita de ser explicado com calma e cuidado. Vem aqui de noite.
- Pode apostar que vou.


Para o bem da minha saúde decidi me levantar pra comer alguma coisa. Precisava estar com energia para cuidar da minha menina. Esperava que o café aquecesse no micro-ondas quando um grito assustado soou pelo apartamento inteiro. Corri para o quarto e encontrei Clara com os olhos bem abertos chorando, enquanto respirava descompassado.


- Hey, estou aqui. – a abracei.
- Não me deixa sozinha por favor.
- Me desculpa meu amor, fui comer alguma coisa.
- Me leva com você então.
- Você tem de descansar, precisa disso.
- Não dá, aquela arma na minha cabeça não sai do meu pensamento.
- Tem calma amor. Vem comigo então, assim também come algo.
- Não consigo.
- Consegue sim, nem que seja só beber algo quente.
- Vou tentar.
- Por mim? – ela assentiu e a levei para a cozinha.


Preparei dois lanches naturais e um chá para ela, que tanto amava. Aos poucos ela comeu metade do lanche e bebeu todo o chá.


- Vamos dormir agora? Seu irmão passa aqui mais logo.
- Como meu pai está?
- Bem, foi só uma queda de pressão.
- Não sai do meu lado.
- Nunca.


Adormeci com ela sendo acordado pelo celular tocando. Meu pai me ligava avisando que estava chegando com a polícia. Tive de respirar mil vezes antes de mandar a policia para aquele lugar, não podiam esperar até o dia seguinte? Acordei Clara e a avisei, ficamos na sala abraçados esperando meu pai e os policiais chegarem. Não demorou e assim que demos os nossos depoimentos os policiais nos informaram de algumas coisas. Paulo rastreava o celular de Clara e já estava preparado para usar o táxi caso ela chamasse por algum. Pedi a meu pai que cuidasse de Ceci aquela noite e Clara me ajudou a arrumar uma pequena mala. Os policiais estavam saindo e Hugo chegando ficando assustado com tudo aquilo. 


- É pior do que eu pensava. 
- Entre cara, a gente vai te contar tudo, ainda bem que veio sozinho, minha irmã terá de estar preparada para saber. 
- Larica. - a abraçou e ela choramingou em seu ombro. 


Contei tudo a Hugo que ficou surpreso com tudo, ele nunca imaginaria o que aconteceu na agência e me repreendeu por esconder isso dele. 


- Tudo poderia ser evitado. 
- Porque diz isso? - Hugo me perguntou. 
- Eu tinha falado que iria contratar um motorista particular para a levar onde ela quisesse a qualquer hora, mas teimosa como a sua irmã é, recusou. 
- Apenas não era necessário. - Clara se justificou.
- Não era necessário e aconteceu isto né? 
- Vai ficar chateado comigo? Aconteceu, ele estava tão empenhado em se vingar que arrumaria um jeito qualquer. - falou impaciente chorando.
- Pronto, já passou. - me levantei e me abaixei na sua frente. - Me desculpa se fui insensível, mas eu não aguentaria te perder. - ela enroscou seus braços no meu pescoço se acalmando. 


Assim que nos deitamos Clara colocou o despertador para ir na faculdade. Tentei convence-la de que era melhor ficar em casa. Mas ela se justificou com a desculpa de que seria melhor sair de casa do que ficar pensando sempre no que aconteceu. Falei que iria com ela, era a minha condição e ela não teve como recusar. 


- Obrigada por me trazer amor.
- De nada, mas não vim trazer apenas, eu disse que viria com você, por isso hoje irei nas suas aulas também.
- Você... - me olhava admirada - Você acha uma boa ideia?
- Você se importa?
- Não.
- Então ninguém tem de se importar, vocês tem turmas tão grandes que os professores não vão notar se está mais um ou menos um aluno. - abri a porta e fechei o carro entrelaçando nossas mãos. 
- Você não passará despercebido mas vou amar te ter comigo. - beijou meu rosto e sorri, faria de tudo para que ela se sentisse bem. 
- Ma. - Felipe chamou e se surpreendeu por me ver. - Ué, vai na facul Luan?
- Vou cara.
- Ma está tudo bem, você pediu para não te pegar ontem nem hoje.
- Está sim, mas depois a gente conversa melhor sobre isso.
- Tudo bem, vou indo. - se despediu e entrei no auditório com Clarinha. Algumas pessoas já esperavam ali e Clara como focada que é se sentou na primeira fileira. 
- Amor sê rebelde por um dia e senta nos fundos. - sussurrei em seu ouvido.
- Eu sento sempre na frente, se vou lá para trás o professor vai dar pela minha falta.
- Patricinha. - zoei e ela me beliscou na perna. - O que você quer fazer de tarde?
- Ficar na academia, tenho aula para dar. 
- Interessante. - debochei e ela me olhou feio.
- Tenho algo pra falar com você. - informou e assenti com a cabeça para que continuasse - Estou pensando em vender o apê pra Bia.
- E a gente... - fiz uma pausa e ela sorriu de canto - Você quer uma casa? 
- Quero, melhor mudar agora, você sempre quis e a Bia precisa de um espaço só dela, não anda tendo bons momentos com o Denis.
- Essa Bia afasta os garotos todos. - zoei - Vou ter de arrumar um amigo meu para a aguentar.
- Engraçadinho. - apertou minha bochecha e a galera foi entrando olhando admirados e surpresos por me ver ali. - Vou começar procurando casas no condomínio. 
- Bom dia. - um moço de uns 27 anos entrou na sala falando alto fazendo todos se calarem.
- Ué, este se acha mais que os outros não? - constatei mas acho que falei um pouco alto demais.
- Este aqui é o professor. - me respondeu me deixando sem jeito e intrigado como é que a Clara tinha  um professor tão novo. 
- Amor não chama ainda mais atenção pra você. - me sussurrou.
- Me desculpa, não sabia que ele era tão novo assim.
- Não é o único. - teríamos de ter uma conversinha. 
- Mas quanta honra receber uma visita tão ilustre como a sua Luan Santana. - o professor falou com alguma ironia. - Não me avisaram que estaria presente.
- Porque não era suposto ninguém saber. - falei no mesmo tom. - Vim acompanhar minha noiva.
- Sua noiva?
- A Maria Clara. - vi o seu sorriso dar lugar a uma linha reta e percebi que algo de estranho havia ali. 




Hello! Clarinha foi sequestrada, mas tudo correu bem. Essa aí já colocou três pessoas na cadeia kkkkk Luan super fofo a acompanhando, agora ele vai contratar o motorista nem que ela se mate para o convencer do contrário. E essa manhã na faculdade? Luan foi surpreendido pelo professor ser tão novo e como a forma como ele reagiu ao saber do noivado. O que será que está acontecendo? Comentem amorecos, beijinhos <3

6 comentários:

  1. Comentei aqui e meu comentário não foi enviado. Que sufoco esse sequestro, sabia que esse cara ainda ia aprontar alguma. Tadinha da Maria, o pai no hospital e ainda acontece isso, mas ainda bem que no final deu tudo certo e espero que ela não fique com trauma né D: Luan fofoooo cuidando dela sempre *-* onwt. Indo pra aula com elaa, e esse professor? Seria um professor de Filosofia chamado Soto? Kkkk Cuidado Luan

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  2. Que susto esse começo de capítulo, tensão rolou desesperadamente nesse inicio . ainda bem que no final acabou tudo bem . Esse professor sei não , se o Luan deve ae preocupar ? Acho que um pouco afinal ele não se deram muito bem pro primeiro encontro . *Laiaraujo

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  3. Quantas emoções! Ainda bem que deu tudo certo.
    Que atrevimento foi esse do Luan com o professor? kkkkk Mas ele pareceu não gostar muito do Luan.

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