Capítulo 28

Luan On:

Chutei tudo que via à frente pra longe, como é que ela tem a ousadia de fazer isso comigo? Eu pensando que ela estava com saudade e que queria reviver e ela me faz uma coisa destas. Me usou como se eu fosse um qualquer. Me sentei na beira da cama pensando no que faria. Estava com tanta raiva. 

- Fernanda? - liguei para ela que me deu força para ir atrás da Maria Clara, assim que a despachei pela segunda vez. 

- Estranho você me ligando, pensei que iria estar ocupado a noite toda.

- Eu ia, mas a Maria Clara apenas quis me usar e me deixou aqui sozinho. - Fernanda riu baixinho - Que foi?

- Mulher ferida é vingativa mesmo.

- É, estou vendo que é. Dá pra você vir pra cá ficar comigo? Preciso de conversar.  

- Eu iria, mas como você não estava cá eu conheci aquele amigo da Maria Clara, Felipe, e a gente acabou ficando e estamos saindo daqui a pouco da festa. Espero que você não se importe. 

- Tá bom e claro que não, aproveite. Me desculpa mais uma vez.

- Nada não, aproveita pra pensar, você está confuso e isso só te faz fazer besteira.

- Obrigado Nanda. Beijos. 

Saí do hotel rumo a casa. Pelo caminho liguei a Rober, estava precisando falar com alguém e como ele já sabia de tudo era a melhor pessoa para me ajudar. Meus pais já dormiam e Bruna deveria estar com Hugo. 

- E aí boi que aconteceu? - Rober perguntou assim que viu a minha cara. 

- A Maria Clara me usou. Ela estava fazendo joguinho comigo, me provocando e depois me usou e me largou dizendo que não irá me provocar mais para abusar do meu corpinho. - ele riu me irritando.

- Você pisou feio com ela.

- Eu fui sincero com ela cara, a gente combinou isso. 

- Mas você andou enrolando durante um mês e não avançou para algo mais sério, depois largou sem mais nem menos, estava à espera que ela fosse ficar feliz com isso como se nada tivesse acontecido?

- Ela podia ficar só chateada comigo, mas ela fingiu que estava tudo bem para brincar comigo.

- Ela só te fez sentir como você faz sentir as suas ficantes.

- Nada a ver, as minhas ficantes sabem que comigo é uma noite e deu. 

- E com ela pode ser o mesmo agora. - deu de ombros

- Ela não é assim, ela só quis me magoar.

- E pelo visto conseguiu. 

- Ela estava nutrindo algo bom por mim e me faz isso? - perguntei sem entender.

- Aí está a sua resposta. Ela gosta de você e como você não deu nem importância para isso ela quis se vingar. Você não estava gostando de ficar com ela?

- Eu estava demais Rober, andei um mês só desejando ela.

- Depois enjoou?

- Não, não sei que me deu. Quando vi a Isabel me deu vontade de a ter outra vez. 

- A Maria Clara não é qualquer uma e você vacilou sabendo que ela poderia muito bem ficar desse jeito.

- Eu sei, pior é que eu não sei que fazer.

- Mas você quer o quê afinal?

- Quero a Maria Clara. - disse convicto.

- Só ela? - assenti - Você está gostando dela também né? Te conheço Luan. 

- Eu estou Rober, mas não sei nem o que é. Só sei que ela não sai dos meus pensamentos nunca. 

- Vai atrás, conquista ela. 

- Assim?

- Você é o Luan Santana, um dos caras mais românticos do Brasil e não sabe o que fazer? - riu me zoando. 

- Eu vou mandar flores.

- Toda a mulher gosta de flores, mas não perde muito tempo só mandando flores. 

- Entendi. Agora me deixa sozinho boizera. Quero dormir. 

Acordei e passei o dia em casa na piscina com minha família. Não iria mandar flores para Maria Clara hoje, deixaria passar mais uns dias, senão ela pensaria que eu estava louco atrás dela, o que não deixava de ser verdade, mas não queria parecer desesperado. No dia que viajaria para o Paraná fazer shows durante quatro dias mandei as flores pra ela. Um buquê enorme de rosas brancas e vermelhas. Não mandei cartão nenhum, queria que ela ficasse pensado no que aquilo significaria. Estes dias trabalhando muitas mulheres se fizeram a mim mas não quis papo com nenhuma. Estava mais do que decidido que iria conquistar a Maria Clara. 

- Luan agora você tem folga de três dias e depois viajámos para o Mato Grosso do Sul, você terá dois shows lá, um em Campo Grande.

- Oh minha cidade morena. - sorri após Arleyde me informar de tudo assim que me deixaram em casa.

Seria mais do que uma viagem para Campo Grande, iria matar saudade da minha família e amigos. Meus pais iriam comigo como sempre faziam. Com certeza Bruna levaria Hugo, já que ele também é de lá. Por falar nisso, vou chamar a Maria Clara, ela deve estar com saudade também. Era um ótimo pretexto para falar com ela depois daquela noite. Já que ela nem me disse nada acerca das rosas. Decidi mandar outro buquê mas desta vez acompanhado de um cartão a chamando para a viagem.



Clara On: 

A campainha tocou e fui abrir me deparando com um senhor segurando um enorme ramo de rosas. Mais um, com certeza da mesma pessoa que mandou o outro e que eu julgava ser Luan, tendo a certeza assim que vi o cartão. Não sei qual era a dele, depois de me ter vingado ele não me procurou mais, apenas me mandou dois buquês. E este último com um convite irrecusável. Hugo já me tinha falado que iria para Campo Grande e agora eu tinha um motivo para ir. Queria ver como ele estava e saber se o meu objetivo tinha sido cumprido. Porque para ele me mandar flores é porque estava querendo alguma coisa e eu estava curiosa para saber o que era.


"Obrigado pelas flores e sim, eu aceito seu convite. Estou com saudade da minha cidade." - mandei uma simples mensagem e logo ele respondeu.

"Legal :) Eu estou é com saudade sua."


Ri com isso, será que ele não tinha ficado magoado? Faltavam dois dias para viajarmos, Beatriz passou ali e conversamos o dia todo.


- Acho que ele está correndo atrás de você amiga.
- Tomara, senão o meu plano não deu em nada.
- E se ele te propor algo sério você aceita?
- Não, não será assim tão fácil, eu quero que ele demonstre, não que fale apenas da boca pra fora- falei convicta - Ele vai ter de entrar na linha comigo.
- Às vezes me assusto com o que você fala. - riu fraco.
- Você não quer vir com a gente?
- Não, tenho trabalho da faculdade. E você quando vai fazer as audições?
- Ainda estou vendo isso aí, porque eu não quero sair do país, mas a maioria é para bolsas no exterior. Estou avaliando ainda.
- Seu pai vai enfartar. - riu irónica.
- Não me importo. Aliás, eu estou pensando em comprar um apartamento só pra mim.
- Porquê isso? Você aqui tem tudo.
- Por isso mesmo, aqui tenho tudo que os meus pais me dão. Mas eu quero algo só meu, sem depender deles. E com o dinheiro do clipe do Luan e do evento dá para dar entrada num apê.
- Se precisar de ajuda para escolher e para decorar conta comigo.
- Obrigado. - a abracei.


Naquela tarde de quinta-feira esperava com Hugo na sala para que a van nos buscasse. Assim que chegou pensei que apenas seríamos nós, mas Luan e sua família também ali estavam. Cumprimentei todo o mundo e a única cadeira vaga era do lado dele. Me sentei e ele puxou meu rosto depositando um beijo leve.


- Quanto tempo. - sussurrou.
- É. - respondi curta.
- Ansiosa para ver seus amigos e família?
- Se ver né? Não sei se conseguirei ver alguém conhecido.
- Vai ver que sim. - sorriu de canto e desviei o olhar para a janela, não o queria encarar.


Chegámos ao final da tarde em Campo Grande, o meu quarto era do lado do de Luan. Marcámos de descer para jantar e sair diretos para o show. Por isso me arrumei assim que me acomodei.

Assim que estava saindo do quarto vi Luan sair do dele. Ele me olhou e sorriu de canto. Retribuí e passei na sua frente o sentindo vir atrás. Entramos no elevador e ficámos de frente um para o outro. 

- Você já foi mais carinhosa num elevador. - fez graça. 

- Posso voltar a ser, mas não depende de mim. - cruzei os braços e sorri cínica.

- Gostou de me usar e ir embora? - perguntou com certa mágoa na voz.

- Não é o que você faz? - dei de ombros.

- Mas nunca fiz com você, sempre te tratei bem.

- Até me fazer achar que poderíamos dar certo e me abandonar. 

- Você tanto me culpa por isso, mas a gente combinou de ser verdadeiros um com o outro não foi? - se aproximou um pouco mais de mim.

- E eu disse que não ia dar coisa boa a gente tentar o que quer que fosse, porque eu tinha medo de me magoar.

- Eu te magoei? - perguntou meigo deixando um curto espaço entre a gente. Apenas assenti e ele acariciou meu rosto. - Nunca tive essa intenção, mas você nunca falou o que realmente sentia por mim, não pensei que você ficaria afectada a esse ponto.

- Mas agora você já sabe. - falei firme. 

- Não sei não, você ainda não me falou nada. 

- Se você quer saber se eu estou te amando, pronto, já sabe. - confessei e ele me olhou surpreso, a porta do elevador abriu e saí rapidamente. 

Jantámos entre conversas e por Luan ficar do outro lado da mesa oposto ao meu os nossos olhares se cruzavam bastante. Chegámos no local do show e ao descer da van Luan atendeu algumas fãs, assim como Bruna. Algumas também pediam fotos comigo e claro que as atendi. Ficámos todos no camarim de Luan enquanto ele aquecia a voz e relaxava. 

- Filho vamos para o camarote ver os seus tios. - Amarildo o avisou.

- Nós também vamos né amor? - Bruna perguntou a Hugo e ele assentiu.

- Clara você vem? - Hugo indagou e olhei Luan.

- Não cara, ela fica. - ele intercedeu por mim - Preciso de ajuda para escolher a roupa e a imprensa deverá querer falar alguma coisa.

- Na boa, até depois. 

- Até parece que você precisa de ajuda. - falei irónica e ele riu. 

- Você vai ver o show do palco né? 

- Não, vou pro camarote. 

- Eu te quero no palco.

- E se eu não quiser? - desafiei e ele revirou os olhos. 

- Pára com esse joguinho. - piscou o olho.

- Por falar em joguinho, quem era aquela que você levou no lançamento da revista? - ele riu fraco e se sentou do meu lado.

- A Fernanda, a menina que eu troquei o nome, lembra? 

- Por isso ela me conhecia. 

- Sabia que ela terminou a noite com o Felipe?

- Sorte a dela.

- Sorte? Porque? Ele vale alguma coisa por acaso? - me indagou sério.

- Há quem faça melhor, mas... - dei de ombros e Luan arregalou os olhos me olhando.

- Você e ele? - assenti reticente e Luan fechou a cara até a porta se abrir. 

- Boi hora de atender as fãs. - Rober interrompeu. 

- Me espera aqui. 

Enquanto ele saiu fiquei falando com Beatriz e tirando fotos, postando uma no instagram. 

"Ter você é meu desejo de viver ♥"

Claro que era indireta para Luan, provavelmente ele só veria depois. Ele voltou todo alegre cheio de presentes. Bebeu um pouco de água e começou a mexer nas roupas. 

- Acha que assim fico gostoso? - perguntou colocando uma camisa preta na frente do seu corpo. 

- Você só faz perguntas sabendo a resposta. 

- Sério? - assenti - Então, passa a noite comigo? - ri.

- Você também já sabe a resposta, é não. 

- Não? Mas você me ama ao contrário do seu amiguinho. - falou com desdém e senti meu rosto avermelhar, revirando os olhos. 

- Isso não quer dizer nada, antes pelo contrário, por isso mesmo não vou te dar esse gosto de você me ter outra noite em sua cama apenas por ter. Não vai ser assim tão fácil Luanzinho. - ironizei e ele me encarou. 

- E se for diferente?

- Terá de me provar.  - Ele ia falar alguma coisa, mas me levantei. - Vou um pouco ao camarote e já volto. - saí batendo a porta. 

Voltei pouco tempo depois e assim que entrei no camarim Luan e Rober falavam com dois homens. Deveriam ser os contratantes. Logo que me viu sorriu e me chamou com a mão.

- Vem cá Clarinha. - assim que ele falou meu nome um dos homens se virou e gelei. - Clara? - Luan me chamava em vão enquanto aquela pessoa sorria de lado para mim. 

Eita! Luanzinho ficou furioso kkkkkk E pareceu ter certeza daquilo que quer. Será que com os conselhos do Rober ele vai tomar atitude? Começou enviando flores e depois um convite. Clarinha aceitou mas parece não facilitar muito para o lado do cantor, mesmo tendo revelado os seus sentimentos. E agora esse final aí? Quem será essa pessoa que deixou a Clara petrificada? Adorei oa comentários anteriores, espero que continuem deixando a vossa marca por aqui meninas kkkk Beijos enormes <3