Capítulo 59

A caminho de casa senti meu celular vibrar e vi ser uma de imensas mensagens e ligações de Marcos perguntando por mim e se estava tudo bem. Tinha esquecido completamente de colocar o celular com som. Quando chegasse em casa resolveria isso.

- Então cunha me fala como é estar de volta e ver mais do que esperado o seu ex? - me olhava sarcástica e revirei os olhos rindo.
- Pára de bancar o cupido. Eu estou bem com o Marcos.
- Mas cê sabe que o Luan te quer de volta né?
- Sei, mas ainda não vi nada que me fizesse acreditar nisso.
- Dá tempo ao tempo. Mas que história foi aquela com a Rúbia?
- Eu apanhei os dois na cama dele.
- Ai não acredito, o Luan não sabe o que faz. - falou visivelmente irritada - Eu vou puxar as orelhas dele, por isso ela queria ir lá pra casa sempre fazer trabalhos, queria ver o Luan com certeza.
- Vai saber, sem vergonha como ela é não duvido nada que tenha ido pra cima dele quando a gente namorava ainda.
- Não está dizendo que…
- Não, confiava no seu irmão, ele não me trairia. A não ser que ela se insinuasse e ele me tivesse omitido isso. - falei com um pouco de raiva.
- Eu vou conversar com ele, talvez não tenha sido nada.
- E você e o meu irmão,  sempre bem né? Só flores.
- Ah, temos as nossas desavenças também mas resolvemos logo.
- Fico super feliz que vocês tenham dado certo, o Hugo sempre me falava demais de você.
- É, acho que até o Luan tinha reparado nisso, menos eu. - riu boba.
- Mas foi você que tomou iniciativa naquele jantar em sua casa.
- É, mas o Luan tinha me dado um toque e quando enfrentei seu irmão ele não teve como negar.
- Obrigada pela carona Bubu, fica bem.
- Você também, aparece sempre.


Assim que subi liguei para Marcos que atendeu nervoso. Lhe expliquei que fui ver Cecília e lhe contei tudo, seria melhor do que esconder e a gente brigar.


- Você não acha que anda vendo demais ele?
- Não foi por querer, apenas não tive como fugir.
- Tá, mas eu tenho algo pra te propor.
- Manda ver.
- Meus pais têm um rancho no interior, queria passar uma semana lá com você, só a gente em meio à natureza.
- Quando iríamos?
- Semana que vem. - ele estava tão empolgado que não tive como recusar.
- Eu aceito, vai ser bom pra gente.
- Pensei no mesmo. Posso passar aí em sua casa agora?
- Algum motivo especial?
- Não, apenas quero estar com você um pouco.
- Traz roupa e dorme aqui. - sugeri e tinha a certeza que ele estava sorrindo.


Desde que chegámos de viagem não tivemos um momento só nosso, tirando aquele dia na piscina, mas não rolou nada. Marcos não era Luan para ser doido o suficiente para fazermos algo lá. Ele chegou uma meia hora depois e foi me beijando imediatamente deixando sua mochila no chão. Nos guiei até ao quarto e me deitando devagar. Os seus beijos desceram pelo meu pescoço e sua mão apertava minha cintura enquanto as minhas enroscavam em seu cabelo e passeavam pelas suas costas já nuas. Nos desfizemos das roupas e cessámos o momento com o prazer máximo. Em seu peito peguei rapidamente no sono.


- Bom dia. - acordei com beijos no rosto e um cheirinho gostoso de café acabado de fazer.
- Bom dia, já fez café? - perguntei ainda de olhos fechados.
- Melhor se sentar e conferir. - me sussurrou e fiz isso dando de caras com uma bandeja recheada de coisas deliciosas.
- Quanto mimo.
- Você merece. - selei nossos lábios e ficamos a manhã toda na cama comendo e conversando.



Luan On:


Estava descendo para tomar meu café quando Bruna chegou em casa provavelmente vinha da casa do namorado. Me olhou feio e fiquei cada vez mais intrigado pra saber o que ela tanto queria falar comigo.


- Que foi?
- Me deixa tomar um banho que a gente já conversa.
- Tá, eu já subo com o café da Cecília.


Tomei meu café e arrumei uma bandeja para a minha filha. De manhã ela era mais preguicinha do que eu e por mais que a fizesse despertar ela não se levantava por nada. Levei o seu café e a ajudei a comer. Após a deixar confortável vendo desenho animado fui atrás da doida da minha irmã.


- Posso? - bati na porta do quarto e ela assentiu. - Pode falar.
- Melhor sentar, porque vai demorar.
- Vish, se vem me dar sermão fique sabendo que não fiz nada de errado. - me defendi.
- Não fez agora, mas antes fez sim. - falou séria. - Que ideia é a sua de ficar com a Rúbia e levar ela pra cama aqui em casa? Perdeu a noção?
- Hey onde isso já vai, é passado Bruna.
- Bonito o que você fez, cê sabe que eu odeio que você fique com as minhas amigas.
- Elas que me procuram.
- E você não?
- Só algumas.
- Como foi com a Rúbia?
- Eu não lembro muito bem como deve imaginar.
- Af me poupe, não precisa dar a entender que ficou com centenas depois dela.
- Eu que fui atrás, estava irritado com a Maria Clara.
- Mas vocês namoravam?
- Não, mas ela estava me dando patadas e quando te fui pegar na facul você veio com a Rúbia, eu vi a oportunidade perfeita para descontar minha irritação.
- Mas foi flagrado pela Maria Clara.
- Exato, mas larguei mão da Rúbia e fui atrás dela.
- Hum, depois disso não ficaram mais?
- Não, ela bem que tentou mas já estava apaixonado demais pela Clara e não iria fazer nada.
- Que ela seja a última amiga minha que eu traga aqui em casa que você dá uma de pegador pra cima delas.
- Não sei qual é o stress, você já ficou com amigos meus que eu sei bem, mas não me importo.
- A diferença entre a gente está aí, eu me importo.
- Então porque ficou com meus amigos? - a enfrentei e ela virou costas começando a passar um creme no rosto.
- Não dei mais do que beijos neles, já você…
- A diferença entre a gente está aí, eu gosto de serviço completo.
- Nojento. - me xingou e ri.
- Você acha que a Clara vai me dar uma oportunidade?
- Se você começar fazendo por isso talvez sim.
- Ela te falou alguma coisa ontem?
- Aham, disse que não viu nada ainda em você.
- Eu vou fazer mas com aquele Marcos no caminho é complicado.
- Está com medo dele? - me zoou.
- Não, apenas sei que se fizesse algo que a irritasse ela preferia ele ao invés de mim.
- Então cuidado com o que vai fazer.


Estava farto de ficar em casa. Vesti Cecília e chamei Bruna para passear no parque com o Puff. Não havia problema em sair sem segurança, não havia perigo e o parque era quase sempre deserto. Aproveitei para levar meu material de pesca e ficámos na beira da lagoa pescando. Cecília estava sentada num banco de jardim nos observando. Me dava dó vê-la tão quietinha sem poder brincar como sempre fazia.


- Filha cuida da linha do papai, se vir ela se mexer me avisa.
- Pode deixar capitão. - falou engraçado e rimos.
- Cê anda vendo desenho demais.
- Você também vê.
- Eu? Claro que não. - me fingi de ofendido. - Eu sou adulto.
- Aham, conta outa papai, cê ama o Bob Esponja.
- Isso fica só entre a gente. - rimos e me sentei do lado dela.


Estava passando um ótimo momento em família naquele dia quando vi duas pessoas, um casal, passeando pelo parque. Na hora tive a certeza que era Maria Clara, a silhueta dela e os cabelos, não enganam, até de costas a reconheço. Eles pararam na beira do rio mas afastados da gente e ficaram namorando. Me doía ver aquilo, não aceitava que ela poderia estar beijando outro senão eu. Meus olhos pregaram neles e mil e um coisa passaram pela minha cabeça, a hipótese de não conseguir a reconquistar e ela acabar ficando pra sempre com aquele mauricinho, me faziam ficar nervoso e com medo. Eu tinha de tomar atitude imediatamente.


- Papai olha a linha. - Cecília gritou e me assustei.
- Olha filha que peixe grande.
- Dá pra comer pi?
- Dá sim, sorte de pescar um peixe com o tamanho recomendado aqui.
- Não se gaba porque eu vou conseguir também.
- Senta lá Bruna. - a zoei e ela semicerrou o olhar desafiadora, era esse o objetivo.


Voltei a lançar a linha e me sentei de novo perto da minha filha. O casalzinho ainda estava ali e pareciam se divertir já que riam. Puff saiu correndo despertando a nossa atenção e Bruna o chamou bem alto denunciando a nossa presença. Maria Clara nos viu e o sorriso que estava em seus lábios antes sumiu.


- É a Ma papai?
- Parece que sim.
- Poque ela não vem aqui?
- Não sei filha, talvez queira namorar em paz. - Bruna trocou algumas palavras com ela e voltou para junto da gente enquanto eles seguiram caminho.
- Cê tá zangado?
- Não. - respondi curto e seco.
- Não fica assim, eu tô com cê. - falou toda esperta e a olhei sorrindo.
- Te amo.


Hoje era dia de Bruninho e Davi na Wood's, tinha combinado de lá ir dar uma moral para os meninos. Os gémeos me encontraram lá em casa assim como Hugo que foi pegar Bruna e seguimos para a balada enquanto Cecília já dormia em minha cama sossegada. Estava cheio mas como pegamos camarote conseguimos alguma privacidade e algum à vontade. Fui pegar algo pra beber quando senti uma mão passear em minhas costas e ombros.


- Oi. - uma voz suave soou em meu ouvido.
- Oi. - cumprimentei a bela ruiva que agora estava do meu lado.
- Sozinho?
- Com uns amigos.
- Não foi nesse sentido que perguntei. - em outros tempos eu já a teria beijado e lhe mostrado ao que estava disposto mas agora era diferente.
- Nesse sentido estou sozinho e …-  a parei a meio do caminho pois se aproximou demais - E pretendo continuar assim, se me dá licença. - peguei na minha bebida e dei costas dando de caras com Maria Clara que nos olhava sem graça. - Você? Não esperava te ver aqui.
- O Hugo tinha pulseiras a mais.
- Está sozinha? - negou.
- O Marcos está me esperando na grade, só vim pegar uma bebida.
- Hum.
- Porque deu o fora naquela moça? - perguntou num impulso.
- Porque não quero ficar com ela nem com ninguém.
- Mas você sempre ficou com alguém, quanto mais não fosse pra me irritar quando nem ficávamos.
- Mas agora não te quero irritar, apenas te quero de novo pra mim. É você que eu quero e não uma dessas aí de uma noite. - ela anuiu com um sorrisinho de canto e passou na minha frente indo para o bar.


Voltei pra perto da galera e logo o show começou. Os meninos avisaram da minha presença e dei uma palhinha com eles do camarote assim como os gémeos.


- Cara me deixa cantar uma música especial? - pedi e a galera assentiu. Procurei Clara com os olhos e a encontrei na beira da grade bem afastada de onde eu estava com Marcos a abraçando por atrás. - Ela não é minha, mas eu gosto demais. Escutem só.


Grupo tá na mente - O que passou,passou

"Como é que eu posso te apagar do coração?

Se minha vida é você, eu demorei pra entender

Peço um abraço o teu olhar me diz que não

Coisa de quem já sofreu tem medo assim como eu

Tenho sonhos, mas pra quê sonhar?

Tenho asas, mas pra quê voar?

Do que vale tudo que eu tenho se eu não posso te dar

Por que você não deixa eu ficar do seu lado

Pra concertar as coisas que eu fiz de errado?

Amor,o que a gente tem é tão especial

Mas sem você por perto eu me sinto tão mal

Por que você não deixa eu ficar contigo

Não ver que eu to sofrendo to arrependido?

Por que você não vem perdoa o seu amor

O que passou, passou"

- Obrigado gente.
- Pagodinho Luan, não conhecia esse seu lado meu parceiro. - Bruninho zoou e ri.
- Há momentos para tudo boizera.
- Tá xonado? - Davi perguntou.
- Nunca deixei de estar. - confessei e o povo zoava feio menos Clara que estava sem graça e Marcos que mantinha uma cara séria e cerrada.
- Quem é a escolhida?
- Não posso contar, mas todo o mundo já sabe.
- Nossa cara, cê fica muito veado apaixonado.
- Cala a boca Bruninho, quando cê ficar apaixonado não vem pra cima de mim com falinhas de veado como cê falou.
- Vai demorar. - gritou - Namora bobo.


A farra continuou e quando voltei para pegar em outra bebida topei com Marcos que me olhou ou tentou me olhar ameaçador, mas nunca me meteu medo antes, não seria agora.


- Acha que com cançãozinhas de chacha e falinhas mansas vai conseguir conquistar a Clara? Desista, ela está comigo e não a deixarei ir tão cedo.
- Isso quem decide é ela, não você. - sorri cínico.
- Mexe com ela que eu te mostro quem decide.
- Se quer que ela fique com você a primeira coisa que deveria fazer era não a deixar sozinha numa balada, parece que não aprendeu em Londres. - ri sarcástico.
- Eu sei como devo cuidar dela.
- Dá pra notar. - peguei na minha bebida - Só não tente se meter no meu caminho porque nada me fará parar até conseguir o que quero. - avisei e saí.


Clara olhava ao redor e assim que viu Marcos chegar perto dela sossegou. Estava na esperança que eles ficassem até ao fim mas os vi sair mais cedo do que previ.



Clara On:


- Você sabia que ele vinha?
- Não fazia ideia.
- Nem o Hugo te avisou?
- Não, também não vinha com ele, não fazia sentido me avisar.
- Gostou da declaração de amor? - falou irónico.
- Você está falando do quê?
- Não se faça de idiota. - acelerou um pouco mais o carro.
- Ai não, de novo não Marcos. Sempre que me vê com o Luan é essa conversa que quer ter? Você não confia em mim? Se eu estou com você não vou estar com ele.
- Até um dia. Ás vezes acho que você me usa.
- Se acha isso porque continua comigo? Se eu quisesse terminar com você terminaria na boa, não seria por causa do Luan.
- Claro, até porque não te custará nada me dar com o pé na bunda.
- Eu desisto de conversar com você.  - disse impaciente.
- É só que eu não gosto de viver sem garantias. - explicou.
- Eu sou algum objeto para você ter como garantido? - indaguei ofendida.
- Não disse isso.
- Mas pareceu. - revidei.
- Não vamos discutir né?
- Já não é o que estamos fazendo? - o encarei e ele respirou fundo acariciando minha perna.
- Me desculpa, eu odeio aquele cara e pensar que ele está tentando te reconquistar na minha frente me deixa fora de mim. Me desculpa.
- Só não se sinta ameaçado, é isso que ele quer e sei que você não é assim de ficar disputando alguma coisa, até porque eu sou uma pessoa com livre arbítrio e escolhi você.
- Não sabe o quanto é bom ouvir isso.
- Acredita no que te falo.


Marcos dormiu lá em casa e parece que a noite de sexo que tivemos deu para ele relaxar e esquecer o antecedido. Ele dormia do meu lado e por mais cansada que estivesse não conseguia parar de pensar no que Luan fez na balada. Amanhã a imprensa já iria falar que ele estava tentando me conquistar, sem dúvida e, pegando na letra da música eram bem capazes de supor algo. Uma mensagem chegou no meu celular e a abri imediatamente para Marcos não acordar com o barulho.


"Espero que hoje você tenha visto do que sou capaz por você. Somos tão iguais, mas tão diferentes. Dois opostos que se atraem mas que se amam loucamente ♥"


Suspirei com tudo aquilo. Não queria magoar Marcos mas mesmo que perdoasse Luan, não iria ficar logo com ele. Precisava esquecer o que ele me fez e por mais que tentasse era difícil. Marcos era um amor e continuar com ele me fazia bem. Talvez aquilo que não consegui longe de Luan, conseguisse agora com ele por perto - esquecê-lo. Por vezes fica mais fácil encarar o problema quando estamos frente a ele. 

Hello! Bruna deu nas orelhas do irmão kkkk E pareceu que ficou na sofrência quando viu o casal passeando. E essa baladinha hein? Luan recusando uma mulher e a Clara viu kkkkkk Luan cantou pra ela e o querido Marcos não gostou, tanto que foi tirar satisfações com o nosso cantor que não o deixou ficar por cima. Qualquer dia se pegam kkkkk Marcos fica inseguro com isso e acaba brigando com Clara que mais cedo ou mais tarde vai se fartar né? kkkkk 

Quero saber o que vocês acham da fanfic, porque só assim poderei melhor, se acharem que está enrolando demais me falem. No próximo capítulo teremos um grande choque, se preparem :p Beijocas!